Por Pedro Pligher.
Uma apresentação feita por James Lawler, médico do University of Nebraska Medical Center aponta cenário preocupante para a epidemia de corona vírus nos EUA. De acordo com a estimativa de Lawler, a pandemia iniciada na China irá atingir 96 milhões de norte-americanos, ou 25% da população do país e causar 480 mil mortes, segundo o site Business Insider.
Os hospitais norte-americanos estão se preparando para um aumento exponencial nas internações. A apresentação foi feita numa reunião da Associação Norte-Americana de Hospitais em 26 de fevereiro. De acordo com os especialistas em epidemiologia nos EUA, “tal volume de internações vai levar o sistema de saúde norte-americano ao limite”. O impacto será 10 vezes maior que o de uma epidemia de gripe comum.
De acordo com a estimativa de Lawler, serão cerca de 96 milhões de norte-americanos infectados e desses, 4,8 milhões (5%) precisarão ser hospitalizados. A epidemia de corona vírus vai ceifar as vidas de 10% dos hospitalizados, ou 480 mil pessoas.
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Uma taxa da fatalidade de 0,5%, bem mais conservadora que as taxas verificadas no resto do mundo, que estão na faixa de 2%. A Organização Mundial de Saúde estima a mortalidade em até 3%.
Para Lawler, as cidades de Nova York, San Francisco e Seattle serão as mais afetadas pela doença no território norte-americano. Por conta da dificuldade em realizar testes, os Estados Unidos estão com milhares de casos não notificados. Isso facilita a disseminação da doença e o controle de novos casos.
A epidemia converge com a proposta do candidato democrata Bernie Sanders em universalizar o atendimento de saúde nos EUA.
Não é apenas Lawler quem prevê esse cenário assustador para a epidemia de corona vírus no mundo. Marc Lipsitch, professor de epidemiologia da Universidade de Harvard, acredita que 40% da população global será contaminada pelo corona vírus no espaço de um ano.
Com o número de casos mundo afora superando a casa dos 100 mil infectados, o corona vírus agora se espalha mais rapidamente fora da China do que no país asiático, origem da pandemia. Irã, Coreia do Sul e Itália são os principais focos da doença. Mas os EUA caminham para ser o próximo – e o maior foco – de espalhamento da doença.
Apesar da taxa de infecção ser menor nos EUA – por enquanto, o país tem apenas 444 casos confirmados, já são 19 vítimas fatais nos EUA – mortalidade de 4,3%. Para efeito de comparação, na Coreia do Sul, a fatalidade está na casa dos 0,7%. A alta taxa de fatalidade nos EUA sugere que há subnotificação de casos nos EUA – para manter a mesma taxa da mortalidade coreana, os EUA deveriam ter notificado de 2500 a 3000 casos.