Jo-Ellen Darcy, secretária do Exército para projetos civis, declarou que é preciso “explorar rotas alternativas” para a passagem do oleoduto na região. O trecho proposto pela empresa Energy Transfer passaria a 800 metros da reserva indígena. Líderes tribais protestavam contra a construção em terras sagradas para os indígenas, o que viola seus direitos perante o Estado norte-americano, e alertavam para o risco de contaminação do rio Missouri, que abastece milhões de pessoas na região.
“Embora nós tenhamos discutido e trocado novas informações com a tribo Sioux de Standing Rock e com [os construtores do] Dakota Access, está claro que temos mais trabalho a fazer”, disse Darcy. “A melhor maneira de completar este projeto de maneira responsável e eficiente é explorar rotas alternativas para a passagem do oleoduto.”
“Nós reconhecemos com extrema gratidão a coragem que tiveram o presidente Obama, o Exército, o Departamento de Justiça e o Departamento de Interior em dar passos para corrigir o curso da história e fazer a coisa certa”, declarou Dave Archambault, chefe da tribo Sioux, em comunicado. “Com esta decisão, estamos ansiosos para voltar para casa e passar o inverno com nossas famílias”, afirmou.
Muitos manifestantes, porém, entendem que esta decisão não significa o fim da batalha contra a passagem do Dakota Access na região. O oleoduto subterrâneo de 1.900 quilômetros de extensão, planejado para transportar petróleo da Dakota do Norte até Illinois, passando pelos Estados de Dakota do Sul e Iowa, está 92% concluído, segundo a empresa proprietária do projeto de US$ 3,8 bilhões.
A Energy Transfer criticou a decisão do Exército, afirmando se tratar “da última em uma série de ações políticas explícitas e transparentes de uma administração que abandonou o Estado de Direito em favor de beneficiar um eleitorado estreito e extremo”. A empresa disse também que permanece comprometida com o projeto e que vai completar a construção original, sem considerar uma rota alternativa.
Opositores ao projeto temem que a decisão do Exército seja revertida com a chegada de Donald Trump à Casa Branca, em 20 de janeiro. Segundo o jornal norte-americano The New York Times, Trump declarou na última semana que apoia a construção do oleoduto assim como foi planejado pela empresa. Além disso, o futuro presidente dos EUA é acionista da Energy Transfer Partners e da Phillips 66, empresa que será proprietária de 25% do oleoduto quando ele for concluído. Ele já afirmou, porém, que seu apoio à construção do oleoduto não tem nenhuma relação com seu investimento nas empresas.
Fonte: Opera Mundi