Após ser derrotado nas primárias desta terça-feira (03/05) no Estado de Indiana por Donald Trump, o candidato republicano Ted Cruz desistiu da campanha e, assim, praticamente assegurou ao megaempresário a candidatura do partido à Presidência dos EUA.
Com o resultado e a saída do senador pelo Texas da disputa, o presidente da agremiação, Reince Priebus, já chamou Trump de “provável indicado” no Twitter.
.@realDonaldTrump will be presumptive @GOP nominee, we all need to unite and focus on defeating @HillaryClinton#NeverClinton
O governador de Ohio, John Kasich, ainda está na disputa, mas não tem número de delegados suficientes para alcançar a marca de Trump. O empresário havia obtido, com 98% apurados, segundo AP, 53,3% dos votos, contra 36,6% de Cruz e 7,6% de Kasich. Com esse percentual, Trump obteve todos os 51 delegados do Estado.
Com saída do principal oponente, Trump é virtualmente candidato pelo Partido Republicano
Do lado democrata, o senador por Vermont Bernie Sanders surpreendeu e venceu a ex-secretária de Estado Hillary Clinton, contrariando pesquisas que chegavam a colocá-la cinco pontos à frente. Com 98% apurados, ainda de acordo com AP, Sanders tinha 52,5% dos votos (obtendo 43 delegados), contra 47,5% de Hillary (37 delegados).
A vitória de Sanders não deve impedir, no entanto, a nomeação de Hillary como candidata democrata. Como, no partido, os votos das primárias nos Estados são divididos proporcionalmente (ao contrário dos republicanos, em que há locais, como Indiana, em que o vencedor leva todos os delegados), é difícil que o senador consiga diminuir a distância que o separa da ex-secretária e, eventualmente, passá-la. Além disso, Hillary tem o apoio da maioria dos superdelegados, membros do partido que são livres para votar em quem quiser.
Ted Cruz apostava suas fichas em Indiana; com derrota, candidato saiu da disputa
No dia 7 de maio, Guam realiza caucus para escolher seu candidato democrata e, no dia 10, é a vez da Virgínia Ocidental. A próxima primária republicana é no mesmo dia, em Nebraska.
Republicanos
“Demos tudo o que tínhamos em Indiana, mas esta noite, os eleitores escolheram outro caminho. Por isso, suspendemos nossa campanha”, anunciou Cruz, que apareceu acompanhado de sua esposa Heidi e suas duas filhas, e foi apresentado pela também ex-pré-candidata presidencial Carly Fiorina, a quem havia convidado para ser sua vice-presidente.
“Mas não suspendo minha luta pela liberdade. Não suspendo minha luta por defender a Constituição, os valores judeu-cristãos que fundaram os EUA. Nosso movimento continuará”, disse o senador pelo Texas.
Já Trump comemorou a vitória e elogiou Cruz, a quem, horas antes, havia chamado de mentiroso. “Um tremendo concorrente, é duro, é inteligente”, disse em discurso em Nova York. “Sei o quão difícil é, é difícil, é duro”, acrescentou, sobre a decisão do senador de sair da corrida.
Entre democratas, Sanders surpreendeu e venceu Hillary em Indiana
“[Ted Cruz] Tem um futuro incrível”, afirmou Trump, que também aproveitou a ocasião para parabenizar seu adversário por ter chegado até esta altura na corrida presidencial republicana e ter tomado essa “corajosa” decisão. “Não é um sentimento muito bom, sei o que Ted deve estar sentindo agora”, acrescentou o magnata.
Trump aproveitou para pedir novamente a união do Partido Republicano em torno de seu nome. “Agora, vamos contra Hillary Clinton”.
Democratas
A vitória de Sanders representou um fôlego para a campanha do senador, que veio de quatro resultados muito ruins nas últimas votações. Ele também comemorou o resultado surpreendente em Indiana.
“A campanha de (Hillary) Clinton acredita que esta campanha está acabada. Estão equivocados”, afirmou Sanders, que disse que estava na disputa “para vencê-la, e vamos lutar até o último dos votos”, acrescentou.
O senador comentou sobre o “medo” de que Trump governe a nação. “Sei que, por todo o país, há um medo de que Donald Trump seja eleito presidente dos Estados Unidos. Estou aqui para dizer que isso não vai acontecer”, afirmou.
Em um comunicado, o chefe de campanha de Hillary, John Podesta, classificou a possível eleição de Trump como um “risco” para o país.
“Ao longo desta campanha, Donald Trump demonstrou que divide os americanos e que carece do temperamento necessário para dirigir nossa nação e o mundo livre. Com tanto em jogo, Donald Trump é, simplesmente, um risco grande demais”, disse.
“Enquanto Donald Trump tenta intimidar e dividir aos americanos, Hillary Clinton nos unirá para criar uma economia que funcione para todo o mundo”, acrescentou Podesta.
Imagens: Agência Efe
Fonte: Opera Mundi