O governo da Espanha revelou na noite desta quarta-feira (13/05) os resultados da primeira fase do estudo nacional para detectar a real expansão do novo coronavírus na população e informou que apenas 5% dos espanhóis contraíram a nova doença.
Em números totais, o percentual representa cerca de 2,5 milhões dos cerca de 45 milhões de habitantes do país. O estudo, que está analisando 70 mil pessoas em três fases distintas, ainda revelou que essa taxa de contaminação varia muito por todo o território, sendo muito mais elevada nas cidades mais afetadas pela pandemia.
Em Madri, epicentro dos casos no país, essa taxa chegou aos 11,3%. A cidade de Sória foi a que teve o maior índice, com 14,2% de contaminados. Na outra ponta, ficaram Múrcia, Astúrias e Canárias, com menos de 2% de casos cada.
Outro ponto interessante da pesquisa é que cerca de 90% dos contágios no país não foram detectados pelo sistema sanitário. A letalidade da doença, sendo que a Espanha contabiliza mais de 27,1 mil mortos, está variando entre 1% e 1,2%, um número um pouco acima do que os especialistas apontavam como a taxa da doença.
Apesar do ministro da Saúde, Salvador Illa, afirmar que os primeiros dados “não surpreendem”, o número ficou muito longe da chamada “imunização de rebanho”, que estima que ao menos 60% da população precise ser contaminada para a doença ser completamente controlada.
Para Illa, o resultado “valida as hipóteses sobre termos preparado um plano de reabertura” escalonado porque era sabido que “não desenvolvemos a imunidade de grupo”. No atual momento, a Espanha vive uma fase de flexibilização das rígidas regras de isolamento social, instauradas em março, para controlar o avanço da covid-19.
Cada etapa da pesquisa é feita durante duas semanas. Iniciado em 27 de abril, o estudo está sendo liderado pelo Instituto de Saúde Carlos III em parceira com quase 30 laboratórios espalhados pela Espanha.