“Foi um estudo feito pelas associações acadêmicas de todo o País, que enviaram questões aos estudantes pela internet. Responderam 1751 estudantes e 69% afirmaram querer emigrar”, disse ao CM Luís Rebelo, presidente da Federação Acadêmica do Porto.
A “primeira razão” apresentada para deixar o País é a necessidade de “ter acesso a emprego”. O segundo motivo mais apresentado é “a obtenção de melhores salários” e o terceiro a possibilidade de “enriquecimento pessoal” com uma experiência fora do País.
Segundo Luís Rebelo, as respostas revelam que a intenção de deixar o País abrange todas as áreas de estudos. “Não há grandes diferenças. Em todas as áreas, a intenção de sair passa os 65 por cento. Em algumas áreas, como Arquitectura e Artes ou Engenharias e Tecnologias, passa os 70 por cento”.
O destino preferencial destes prováveis futuros emigrantes é a Europa.
“Não vai no bom caminho um País que sangra os seus quadros mais qualificados, isto quando o mais recente relatório da OCDE apontou precisamente a falta de qualificação dos trabalhadores”, considera o dirigente académico.
Face à situação actual, Luís Rebelo aponta a necessidade de apoiar quem decide sair, até porque a maior parte dos inquiridos aponta a “falta de mecanismos informativos sobre os diversos países europeus”.
“Seria interessante criar uma rede de apoio para informar sobre os passos a dar e a forma de funcionamento das sociedades, os sistemas de impostos, as leis laborais. Por agora, só existe uma rede informal”, rematou o dirigente académico.
Fonte: http://www.cmjornal.xl.pt/