“Nós, estudantes de todo Brasil reunidos no Encontro Nacional de Estudantes Petistas (ENEPT) realizado de 13 a 15 de setembro de 2013 em Minas Gerais, vimos por meio desta moção, em respeito à autonomia dos Estados e as suas especificidades conjunturais, repudiar a tentativa do Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores de dar como carta marcada a política de alianças dos Estados de Santa Catarina e Maranhão.
A trajetória política de cada Estado precisa ser respeitada, pois dentro de cada aliança local possui um histórico, que condiz com o projeto de sociedade defendido pelo Partido dos Trabalhadores. Esse projeto tem a missão de construir um espaço dentro da sociedade, sendo esse democrático e popular. Tudo que fuja deste projeto deixa de contribuir com as bandeiras defendidas historicamente pelos militantes do PT.
A forma das alianças deverá ter rebatimento na construção das coligações nos Estados. O Processo de Eleições Diretas e o V Congresso do PT ainda estão por vir, e nesses espaços, após amplos debates nos Estados, é que a política de alianças do PT será traçada. Defendemos que, dentro do projeto nacional que nos inspira, os Estados possam encontrar os melhores caminhos para o fortalecimento de nossa base eleitoral local.
No Estado de Santa Catarina, através do encontro Estadual da Juventude do PT, realizado no município catarinense de São Francisco do Sul, os militantes decidiram em unanimidade, lutar por candidatura própria e repudiaram à ideia de aliança com Raimundo Colombo (PSD) e a oligarquia dos Bornhausen, levando em conta o histórico de oposição ao grupo que comanda o Governo do Estado, a forte diferença entre projetos defendidos para a sociedade, descumprimento do Governo de Raimundo Colombo (PSD) em não pagar o piso nacional salarial dos professores, gerando no início de sua gestão uma greve que durou meses, a absurda proposta de aumentar o número de alunos dentro das salas de aula, comprometendo a qualidade do ensino, greve também na saúde e as fortes ondas de depredação no transporte público em resposta a tortura contra os presos catarinenses, gerando a queima de vários ônibus por todo o Estado em uma das maiores crises na segurança pública.
Da mesma forma no Maranhão, as diferenças entre os projetos políticos PMDB/PT são gritantes. No setor da educação na gestão da governadora Roseana Sarney contribui para a evasão escolar e alto índice de analfabetismo, que atinge números alarmantes, o Maranhão é o Estado com o menor número de usuários de internet, campeão em exclusão digital.
No ensino superior, a Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), um dos principais pólos de atuação e promoção do ensino de graduação, pós graduação, extensão universitária, pesquisa e difusão do conhecimento, que tem como finalidade a interação com a comunidade e o desenvolvimento social, econômico e político do Maranhão sofre com o descaso e a falta de comprometimento da atual gestão da governadora e seus comparsas que não tem interesse nenhum em ampliar a estrutura da universidade com qualidade e por esta razão está numa situação deplorável: a falta de comprometimento e mau uso do dinheiro público será o maior legado dessa gestão. Não obstante, nós da juventude organizada, estudantes e militantes do Partido dos Trabalhadores, explicitamos o nosso não apoio a aliança PMDB/PT e a possibilidade de reedição desta no Estado do Maranhão, pois apregoamos uma nova plataforma para as juventudes (campo, cidade), e também para as outras classes e categorias do Estado.
Diante disso não podemos ficar reféns de oligarquias regionais, como hoje estamos no Maranhão ou como se cogita para Santa Catarina. Assim, manifestamos o nosso repúdio à intervenção do Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores , antes mesmo do PED e do V Congresso, na política de alianças nos Estados de Santa Catarina e Maranhão.