Estudantes de Jornalismo da UFSC manifestam apoio ao candidato Haddad

    Foto: Ricardo Stuckert

    Nós, estudantes do Curso de Jornalismo da UFSC, viemos a público manifestar nosso apoio ao candidato Fernando Haddad no segundo turno das eleições de 2018. Entendemos que, dadas as opções, a campanha de Haddad é a única que garantirá os meios para a continuidade da democracia em nosso país, tanto no âmbito da comunicação como no dos direitos sociais.

    Compreendendo a manutenção do Estado democrático como um dos compromissos do profissional de jornalismo, avaliamos a candidatura de Jair Bolsonaro como uma grande ameaça à integridade dos direitos garantidos em nossa Constituição Federal. Ao longo dos últimos anos, o candidato do PSL e sua equipe construíram uma campanha baseada no ódio, estimulando a intolerância por meio de declarações machistas, racistas, xenofóbicas e LGBTfóbicas.

    Além da total falta de comprometimento com questões relacionadas aos direitos de grupos marginalizados em nossa sociedade, a equipe de campanha de Bolsonaro vem também tentado manipular o rumo das eleições através da propagação de informações falsas para a população brasileira. Além de um esquema milionário que envolveu empresários envolvidos em sua campanha e agências prestadoras serviços de disparo de mensagem, o candidato vem desacreditando o trabalho jornalístico ao questionar as informações apuradas por profissionais competentes dos veículos de comunicação de nosso país, distorcendo o entendimento da sociedade do que é de fato o conceito de notícia falsa e desmoralizando a profissão e a classe dos jornalistas.

    Estamos vendo, cotidianamente, colegas sendo ameaçados e veículos inteiros sofrendo ataques. Desde o começo deste ano, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) já registrou mais de 100 casos de agressões e ameaças a jornalistas durante a cobertura das eleições. O caso mais recente é o da jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de S. Paulo. Desde que denunciou o esquema de impulsionamento de fake news no WhatsApp por parte de empresários da campanha de Bolsonaro na última quinta-feira (18), Patrícia vem sendo ameaçada em suas redes sociais por eleitores do candidato do PSL. É inadmissível que sejamos ameaçados por exercermos nossa profissão. Não podemos nos curvar diante de atitudes que não são condizentes com uma sociedade livre e democrática. Não podemos perder nosso direito, enquanto cidadãos e jornalistas, de tornar públicas informações que façam a população refletir sobre a realidade.

    Para além dos ataques contra comunicadores, os casos de agressões por motivações políticas contra a população também cresceram em todo o país. Apenas 72 horas após o final do primeiro turno, já haviam sido registrados mais de 50 casos. O mais emblemático foi o de Mestre Moa do Katendê, uma capoeirista de 63 anos assassinado covardemente com 12 facadas em suas costas após manifestar seu apoio ao Partido dos Trabalhadores. Como profissionais de comunicação, não podemos nos calar frente à violência e os retrocessos que estão em jogo no segundo turno dessas eleições. A política brasileira não pode ser novamente tomada pelas concepções conservadoras que nos levaram ao golpe de 64.

    É importante destacar que nosso apoio à candidatura de Fernando Haddad também vem acompanhado de críticas. Ao longo de suas últimas gestões, o Partido dos Trabalhadores teve sua parcela de culpa no desenvolvimento do projeto reacionário em curso em nosso país. Através de associações políticas que colocaram em xeque a governança do próprio partido junto à Câmara de Deputados, o PT deixou de lado muitas de suas propostas políticas em prol da continuidade das suas gestões. Seja através da negligência com as pautas como a democratização dos meios de comunicação, ou da aprovação de leis que contribuem com a criminalização dos movimentos sociais (como a lei antiterrorismo Nº 13.260/2016, sancionada em 2016), as administrações do Partido colaboraram para a construção do golpe parlamentar que acabou por tirar Dilma Rousseff do poder em 2016. A candidatura de Haddad, no entanto, é crítica em relação às medidas políticas adotadas pelas gestões anteriores, e propõe espaços de diálogo amplos para retomar o projeto de desenvolvimento e administração das riquezas de nosso país.

    Analisando as alternativas apresentadas à população brasileira neste segundo turno, entendemos o voto em Haddad 13 como a única opção viável para a continuidade de nossa democracia. Neste momento político, o voto nulo apresenta-se como uma conivência à intolerância pregada pela campanha do candidato Jair Bolsonaro. Indicamos o voto crítico ao candidato do Partido dos Trabalhadores, cientes de que nosso compromisso com a democracia vai muito além das urnas. Seja qual for o resultado dessas eleições, será necessário um longo processo de diálogo com a população e mobilização coletiva nos próximos anos para barrar os retrocessos apresentados pelo avanço reacionário em nossa sociedade.

    Nestas eleições, estamos com Fernando Haddad e Manuela D’ávila!

    #EleNão #EleNunca #HaddadSim

    DEIXE UMA RESPOSTA

    Please enter your comment!
    Please enter your name here

    Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.