Na quinta feira, 11, mais de 700 estudantes da Universidade de São Paulo se reuniram no vão da Faculdade de História e Geografia para debater sobre a conjuntura nacional e perspectivas de luta contra a extrema direita e em rechaço a figura de Bolsonaro e todo retrocesso que essa candidatura representa.
Essa extrema direita se fortaleceu nessas eleições manipuladas pelo judiciário golpista, com elementos de apoio do Exército e conseguiu diversos postos no parlamento. Sabemos que a política deles vai implementar com ainda mais rapidez e intensidade a agenda de ataques, exterminando com o 13º salário, com direitos trabalhistas, aplicando a reforma da previdência, nos retirando direitos democráticos mínimos e tantas outras medidas que descarregam a crise nas nossas costas, em especial da juventude, das mulheres, negros, LGBTs e do povo pobre.
Bolsonaro, representante dessa extrema direita, faz sua campanha em meio a fake news, destilando seu ódio e seu reacionarismo em todas as mídias sociais. Todos os dias vemos a violência propagada por bolsonaristas em todas as regiões do Brasil.
Uma tragédia que acabou virando um símbolo desse momento foi o brutal assassinato de Mestre Moa, capoeirista de Salvador, militante do movimento negro que teve sua vida ceifada por ter escolhido votar no Partido dos Trabalhadores.
Os estudantes da USP se posicionaram sobre este acontecimento trágico declarando que “repudiamos o assassinato de Mestre Moa pela extrema direita bolsonarista e racista”.
Fala do estudante Lucas, militante da Faísca e do Quilombo Vermelho:
Durante a assembleia, muitos estudantes, incluindo nós, do Esquerda Diário e da juventude Faísca, colocaram que todo esse ódio contra Bolsonaro e a extrema direita não deve ser canalizado somente em uma tática eleitoreira. Nossos problemas não serão resolvidos até o final nas urnas, é necessário ter uma perspectiva de luta para além das eleições e do voto. Esse é o momento de criarmos comitês estudantis de base, geral e de curso, que sejam massivos para derrotar Bolsonaro, o golpismo e a extrema direita. É preciso que a União Nacional dos Estudantes (UNE) organize milhares de comitês massivos em cada universidade do país, para que os estudantes possam se organizar contra essa extrema direita e fortalecer nossa luta.
Fala da estudante do curso de Letras, Odete, militante da Faísca e do Pão e Rosas
Com base a essa discussão, os estudantes da USP declararam o seguinte posicionamento: “Nós, estudantes da USP, em meio a essas eleições marcadas pela continuidade do golpe institucional, que fortaleceu com sua manipulação a extrema direita, afirmamos em assembleia o voto em Haddad do PT, como forma de rechaçar Bolsonaro, com distintas posições políticas que não necessariamente expressam apoio político ao projeto petista”.
Além disso, os estudantes deliberaram duas paralisações em rechaço a extrema direita, a primeira irá acontecer na próxima quarta-feira, 17 de outubro. É necessário que todos os estudantes da USP participem dessa paralisação e de todos os espaços de discussão que estão sendo convocados nos últimos dias para que mostremos para essa extrema direita reacionária que não vamos retroceder e que não vão tomar os direitos da juventude e dos trabalhadores.