Foi encontrado na noite de deste domingo (2), próximo ao alojamento de estudantes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) na Ilha do Fundão, zona norte do Rio de Janeiro, o corpo do estudante de letras Diego Vieira Machado.
De acordo com informações postadas nas redes sociais pelo Diretório Central dos Estudantes da UFRJ Mário Prata, Diego era negro, gay, natural do Pará e foi encontrado com sinais de espancamento.
“É um momento muito duro para todos e todas estudantes da UFRJ. Um de nós se foi. Não podemos deixar de denunciar a falta de segurança, a situação de vulnerabilidade e violações de direitos que os moradores do alojamento estão submetidos diariamente. Precisamos de mais segurança! Segurança para podermos circular no campus sem o medo de ter não apenas nossos pertences furtados, mas nossos corpos e vidas violentadas”.
O DCE também informou que uma manifestação que estava marcada para esta segunda-feira (4) foi cancelada em respeito aos pedidos feitos por amigos próximos ao Diego e daqueles que viviam com ele. “Muitos de nós são amigos e conhecidos do Diego e nossas intenções ao incentivar atos de luto foram as melhores possíveis. Pedimos desculpas caso tenhamos nos precipitado, ou passado qualquer ideia equivocada”, afirma a nota divulgada neste domingo nas redes sociais.
A reitoria da UFRJ divulgou nota de pesar. “A Reitoria se junta aos amigos e familiares do estudante neste momento de dor, e informa que acompanhará de perto as investigações sobre o caso junto às autoridades policiais. A família de Diego, residente no Pará, foi informada pela Reitoria sobre seu falecimento neste sábado, 2 de julho”. Informações sobre o local e horário do sepultamento ainda não foram divulgadas.
A União Nacional dos Estudantes (UNE) também emitiu nota pedindo basta na violência contra LGBTs, “Pedimos ao Poder Executivo, em todos os níveis, que tome as medidas cabíveis e apure os fatos destes e de outros crimes de violência cometidos contra LGBT, identificando e punindo exemplarmente os culpados, sem deixar os criminosos impunes. A impunidade gera mais violência. Infelizmente, temos assistido a uma onda conservadora, que ganhou contornos fortes a partir do governo golpista. Ela atinge mulheres, negros, pobres, jovens e LGBT”.
A Polícia Militar não confirma a identidade da vítima, mas enviou nota sobre a ocorrência. “De acordo com informações do 17º BPM (Ilha do Governador), a unidade foi acionada na noite de sábado (02/07) para ocorrência na Ilha do Fundão. Chegando ao local indicado, uma pessoa já em óbito foi encontrada e a 37ª DP assumiu a ocorrência”.
Fonte: Portal Vermelho com Agência Brasil