Estudantes destacaram evidências que comprovam o pensamento discriminatório de Gandhi com relação aos africanos.
Redação de Opera Mundi.
“É uma grande vitória para todos os ganeses porque isso estava constantemente nos lembrando o quão inferior nós somos”, afirmou estudante
Uma estátua de Mahatma Gandhi foi removida da Universidade de Gana após protestos de estudantes que alegavam que o líder indiano era racista e considerava o povo africano “inferior”.
Erguida há dois anos no campus localizado na capital Acra, o monumento foi removido pela administração da universidade na última terça-feira (11/12), durante a noite.
Segundo o jornal britânico The Guardian, os estudantes destacaram evidências que comprovam o pensamento discriminatório de Gandhi com relação aos africanos.
Um livro publicado em 2015 por dois escritores sul-africanos aponta para afirmações do líder indiano reclamando de ser obrigado a dividir entradas em espaços públicos com negros, chegando a dizer que “os hábitos civilizados seriam degradados pelos hábitos dos nativos aborígenes”.
“É uma grande vitória para todos os ganeses porque isso estava constantemente nos lembrando o quão inferior nós somos”, afirmou o estudante Benjamin Mensah à agência France-Presse.
Obadele Kambon, diretora de línguas, literatura e teatro no Insituto de Estudos Africanos, afirmou que a remoção da estátua era uma questão de “respeito próprio”.
“Se nós mostrarmos que não temos nenhum respeito por nós mesmos, não olharmos para nossos heróis e reverenciarmos outros que não tinham nenhum respeito por nós, aí haverá um problema”, disse. Kambon ainda afirmou que “essa é uma vitória para a dignidade negra e o respeito próprio”.
Alguns estudantes mais simpáticos à presença da estátua de Gandhi na universidade afirmaram que a luta do indiano por justiça social e pela libertação da Índia do colonialismo britânico influenciou muitos movimentos por direitos civis no continente africano e que suas visões a respeito do povo negro, apesar de preconceituosas, eram fruto de seu tempo.
Imagem: PxShare
A opinião do/a autor/a não necessariamente representa a opinião de Desacato.info.