No último dia 9 de setembro a Ilha da Magia presenciou em uma de suas principais Avenidas a 7ª Parada da Diversidade. Como muito bem se divulgou, “gays” de várias partes do Brasil vieram para Florianópolis acompanhar esta “festa colorida”.
Em um único dia a Parada trouxe para a cidade turistas, consumo e diversão. Mas o que a cidade oferece para “estas pessoas” nos outros 364 dias do ano? Será mesmo que um município abrir espaço para que milhares de pessoas festejem significa um município sem homofobia? Aliás, festejar o que?
Um dia como o de domingo, que selou a Semana da Diversidade – na qual se presenciou alguns debates com temáticas interessantes e importantes, no entanto muitíssimo pouco divulgada e frequentada por pessoas para além dos “pares” – deve ser reconhecido como um dia grandioso e de visibilidade, sim! Visibilidade das conquistas (quando existem). Mas, também do muito que ainda se tem a conquistar.
Foi isso que a ADEDH (Associação em Defesa dos Direitos Humanos), juntamente com anônimos, parceiros, voluntários e simpatizantes tentou levar à Beira Mar na tarde de domingo. Que poucas pessoas, unidas, podem “parar a parada” e chamar a atenção de que o domingo termina e a segunda-feira reabre um cotidiano que não tem glamour, nem música o tempo todo. Semanas se repetem e no dia-a-dia a realidade nos becos, nas ruas, nas casas, nas escolas, nos morros e nas praias é outra.
O que se tem é homofobia (sim!), é preconceito, de todos os tipos, é o medo, a violência e a morte. Floripa é uma Ilha, mas sua condição geográfica não a faz um mundo cor-de-rosa isenta destes e outros problemas que afetam a vida “lá fora”.
A “Parada Gay”, de fato, não é um carnaval. Por isso, até que chegue o dia em que tod@s possam se Divertir, Viver e Amar em todos os lugares (e dias) sem medo de ser feliz e ser o que é, as Paradas devem ser reconhecidas como um Espaço Público de visibilidade para a luta e busca por DIRETOS à Igualdade e Liberdade.
Deste modo, enquanto uma mulher for agredida e desrespeitada, enquanto um negro sofrer discriminação pela cor da sua pele, enquanto um LGBT for morto por sua orientação ou enquanto houver preconceitos de qualquer natureza, NÃO VAMOS PARAR DE LUTAR!
*Mestranda em Ciência Política pela Universidade Federal de São Carlos – UFSCar e Militante pelos direitos humanos, das mulheres e das Lésbicas.