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Tradução de Ricardo Cavalcanti-Schiel
A coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos realizou ataques aéreos nesta quarta-feira (27/09) na região de al-Suwar, província de Deir ez Zor, Síria, utilizando munição de fósforo branco, proibida pelas convenções internacionais. O ataque aéreo foi realizado sobre uma zona residencial dessa província síria.
Nesse ataque morreram três civis e outros cinco ficaram feridos. Além disso, propriedades públicas e privadas sofreram danos significativos.
Velhas táticas usadas no Vietnã, de bombardear indiscriminadamente a população civil com agentes químicos (quando então ela era alvo de napalm e desfolhante laranja), voltaram a ser utilizadas pelos Estados Unidos na Síria, contra posições onde não há a presença de terroristas do Estado Islâmico. O uso de armas químicas nessa situação só pode ter como finalidade produzir terror junto à população civil.
Os ataques da coalizão contra população civil de aldeias na fronteira da Síria com o Iraque têm se intensificado nos últimos dias. Os ataques parecem buscar produzir pânico e consequente evacuação da população civil, para que a região possa ser ocupada pelo Exército Livre Sírio e pelas forças curdas, formações patrocinadas pelos Estados Unidos contra o governo de Bashar al-Assad.
Na região concentram-se muitos refugiados, como uma família iraquiana de seis pessoas que havia fugido da violência do Daesh em Mossul, e que foi inteiramente morta em um ataque aéreo norte-americano ontem (26/09).
A coalizão já havia utilizado munição de fósforo quando atacou um hospital da cidade de Raqa em agosto, conforme informou o Crescente Vermelho [análogo da Cruz Vermelha, reconhecido em 33 países muçulmanos]. Desde então, numerosos civis denunciaram ter sido objeto desses bombardeios deliberados.
De sua parte, Damasco já havia denunciado formalmente esse tipo de incidente ao Conselho de Segurança da ONU, lembrando que o uso de fósforo branco “infringe de forma flagrante o direito humanitário internacional”.
Em meio às críticas pelo uso desse agente químico, um general neozelandês admitiu em meados de junho que a coalizão utilizou fósforo branco na cidade de Mossul (Iraque) “para proteger áreas no oeste da cidade e salvaguardar os civis”.
Reiteradas vezes, o Observatório Internacional dos Direitos Humanos (Human Rights Watch), organização com sede em Nova Iorque e escritórios em 16 países, criticou a coalizão liderada pelos EUA por “não se importar com o uso do fósforo branco”, cujo emprego implica “alto risco de danos terríveis e duradouros”.
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Fonte: Jornal GGN.