Na avaliação da Firjan, a crise econômica do estado e dos municípios contribui diretamente para o agravamento da situação, por conta da redução da presença das forças de segurança pública nas ruas e também das ações de investigação.
O estudo destaca que o estado do Rio se tornou o mais perigoso do país para o transporte de cargas, com quase 10 mil registros de roubo no ano passado. É a maior incidência desse tipo de crime em 25 anos. O número equivale a 43,7% das ocorrências nacionais e o custo foi de R$ 619 milhões. O aumento pode estar relacionado, segundo a Firjan, à estratégia de financiamento das facções criminosas, que têm utilizado o produto roubado para a compra de drogas e armas, financiando o tráfico internacional.
No estudo, a entidade também aponta que os roubos são facilitados pela fragilidade das fronteiras estaduais e nacionais. No caso estadual, por exemplo, a Firjan chama a atenção para o déficit no quadro da Polícia Rodoviária Federal. Em todo o país, faltam 2.716 policiais, ou 21% do que seria necessário, de acordo com a legislação. No estado do Rio, o déficit é de 28,3% em relação ao início da década de 2000.
A Firjan propõe a criação de um Cinturão de Segurança Rodoviária Integrada entre Polícia Rodoviária Federal, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) e as secretarias estaduais de Segurança Pública, Fazenda e Saúde. Esses postos de fiscalização conjunta de órgãos federais e estaduais ficariam localizados em pontos estratégicos das rodovias e portos.