Rostos, muitos deles, em suas absolutas diferenças, seguem apressados aparentando cansaço, ansiedade ou preocupação.
Mãos que acenam, apontam, carregam, movimentam-se pelas escadarias e corredores que conduzem ao embarque.
Um vai e vem sem cessar de pessoas puxando malas, portando mochilas, sacolas abarrotadas de desejos, sonhos ou tédios.
Há os agitados, que buscam alguém, ou procuram por alguma coisa ou pela plataforma não sinalizada.
E, derrepente, todas/todos desaparecem, como fossem abduzidas/os, mas outras/os, homens, mulheres ressurgem, cruzam-se pela estação.
Não dialogam, não olham para os lados, passam repentinamente, são todos visíveis na invisibilidade.
E os trens partem abarrotados de corpos solitários até a próxima estação, quando tudo se repete no vai e vem daquelas e daqueles que nunca se encontram.
De algum lugar, em 25 de novembro de 2022.