Espetáculo “Será que é de Éter?”, com músicas de Chico Buarque, será apresentado no Teatro Ademir Rosa

No palco, estarão bailarinos da Cia. Lápis de Seda, que trabalha com profissionais de diferentes capacidades e formações. O espetáculo também tem a presença de músicos de talento, reconhecidos nacionalmente. Ao todo, são 17 artistas no elenco.

Foto: Divulgação

Após emocionar plateias de Santa Catarina e de outros estados brasileiros, “Será que é de Éter?” volta ao palco do palco do Teatro Ademir Rosa – CIC em 29 de outubro, às 20h, com entrada franca – às 15h ocorrerá Ensaio Aberto para escolas e instituições que trabalham a inclusão. O espetáculo de música e dança é uma parceria da Cia. Lápis de Seda, de Ana Luiza Ciscato, que assina a direção geral e a coreografia, e da cantora e compositora Claudia Passos, que interpreta as canções e também é responsável pela direção artístico-musical. Os arranjos e a direção musical são do maestro Luiz Gustavo Zago.

Com muita sensibilidade, técnica e compreensão dos limites, possibilidades e interação de cada artista em cena, “Será que é de Éter?” é um convite a uma viagem ao mundo da tolerância, da arte e da beleza durante os 60 minutos de duração do espetáculo. As coreografias, desenvolvidas com a participação dos integrantes da companhia de dança, que dão forma e sentido às composições do consagrado Chico Buarque. Entre os bailarinos da Cia. Lápis de Seda, 60% considerados com deficiência intelectual e/ou motora e 40% sem deficiência. No repertório estão as canções Olê, Olá, Samba de um Grande Amor, Flor da Idade, Essa Moça, Meu Guri, As Vitrines, Rosa dos Ventos, Lola, Tanto Amar, Beatriz, Cotidiano, Último Blues, Tanto Mar.

Inclusão

“Para desenvolver um trabalho inclusivo é necessário abraçar uma visão inclusiva de mundo. Conhecer o desenvolvimento das pessoas e acreditar nesse processo através da conscientização de que todos temos reconhecimentos, inteligências e capacidades diferentes”, defende a diretora geral e coreógrafa do espetáculo, Ana Luiza Ciscato. Com reconhecida experiência profissional na condução de grupos de dança mistos que incluem pessoas com algum tipo de deficiência motora e/ou intelectual, ela fala no respeito à essência de cada um, que está muito presente em trabalhos como “Será que é de Éter?”:

  –  Todos temos formas diferentes de nos expressar, de aprender, de nos colocar diante da vida. A partir do momento em que essa essência for respeitada, aceita e valorizada, teremos uma sociedade mais justa por meio de condições igualitárias de desenvolvimento e “empoderamento”, seja qual for a forma de expressão e de atuação, de identificação de gênero, idade, etnia ou crença das pessoas. Sob a luz de que inclusão é uma via de mão dupla – de um lado a pessoa com deficiência e de outro toda uma sociedade com valores e conceitos pré-estabelecidos historicamente a respeito da deficiência – quando trabalhamos ou pensamos em inclusão nunca podemos esquecer disso. O trabalho deve surtir efeito nessas duas esferas.

Na Cia. Lápis de Seda, cada integrante é parte fundamental do processo criativo, e contribui a seu modo para a composição dos trabalhos e das temáticas. A direção se aprofunda nas múltiplas experiências dos bailarinos, que incluem balé clássico, dança contemporânea, dança afro, técnica de danceability e teatro. Resultado de uma pesquisa profunda, de mais de 20 anos, realizada por Ana Luiza, o trabalho da Cia. de Dança Lápis de Seda com dança inclusiva atua fortemente no desenvolvimento da pessoa com deficiência, a participação e representatividade dessa comunidade em aulas, ensaios, apresentações e ocupando diversos espaços públicos. Através da dança, a Cia. pretende contribuir para “a construção de uma sociedade mais igualitária, diminuindo o preconceito e desconstruindo o olhar ainda profundamente condescendente e assistencialista direcionado a essas pessoa”.

Foto: Divulgação

Música e Dança

A intérprete Cláudia Passos, que também assina a direção artístico-musical da montagem, é carioca, mas escolheu Florianópolis para morar. Inserida no circuito musical de Santa Catarina, divide a agenda profissional entre o Rio de Janeiro e a capital catarinense. Entre as duas cidades, participa ativamente de apresentações e shows – “Mar à Vista” é o título de seu álbum de estreia. Ela conta como se deu a aproximação com Ana Luiza Ciscato para a concepção desse espetáculo de música e dança:  “-Conheci o trabalho da Ana Luíza dentro do Baobah, onde a Cia nasceu. Formávamos uma equipe de artistas lá. Até então, nunca tinha me aproximado do universo da dança, menos ainda com grupo específico de pessoas com essas características tão especiais. Eu simplesmente me encantei”. Ela diz que partiu dali a vontade de fazer uma parceria, de construir um espetáculo que fundisse as duas linguagens (dança e música) em uma só. 

“Convidei o Zago pra assumir a direção musical e os arranjos e, a partir dele, a equipe de instrumentistas com quem iríamos trabalhar; todos amigos e parceiros de estrada na música. Só tenho a agradecer a equipe de feras que conseguimos formar, enriqueceu ainda mais o trabalho. Ter o Chico Buarque como a temática do projeto aconteceu naturalmente, a partir da admiração mútua que tínhamos com  o trabalho desse artista único. Cantar Chico é sempre uma delícia. Com esse formato, juntando as canções ao vivo com a dança, é puro encantamento”.

Na montagem com 17 pessoas,  Luiz Gustavo Zago faz a direção musical e se apresenta no piano, Iva Giracca, no violino, Felipe Arthur Moritz, com sax e flauta, Dudu Pimentel no violão e guitarra, Leandro Fortes no violão e bandolim, Alexandre Damaria, na percussão, e Claudia Passos, voz. Sob a direção coreográfica de Ana Luiza Ciscato e a direção musical de Zago, intérprete, bailarinos e os seis instrumentistas contam com um reforço emblemático, os conceitos “cênicos” da sound e light designer Hedra Rockenbach.

Sinopse “Será que é de Éter?

A partir do universo criativo de Chico Buarque, mestre na arte de enaltecer o homem comum, o espetáculo tenta contrapor a imagem de uma multidão de faces anônimas e individualidades perdidas. Na jornada da Cia. Lápis de Seda, a permanente busca das diferenças. Em vez da negação, a evidência; em vez da ocultação, a valorização. Ao invés das semelhanças, a descoberta de outros lugares de aceitação, a crença de formas singulares de convivência coletiva, o desejo de pertencimento e de encontro com o que sem igual. Criação coreográfica essencialmente colaborativa, a partir de movimentações trazidas pelos bailarinos, a partilha de vida e cotidiano carregados de inquietações e poesia, a revelação de como se enquadram anonimamente na multidão e se libertam das amarras por meio da dança. Com talentosos músicos e a interpretação de Cláudia Passos, a experiência quer a potência daquilo que está além de cada um, ou seja, uma possível expansão de novos significados.

Resumo das trajetórias:

Ana Luiza Ciscato: coordenadora da companhia Lápis de Seda, tem sólida experiência na condução de grupos de dança mistos que incluem pessoas com algum tipo de deficiência motora e/ou intelectual. Autora de um trabalho já reconhecido, trabalha com dança em Associações de Pais e Amigos de Excepcionais (Apaes). Com experiência e vastos serviços nesse campo de atuação, em 2011 ela atende ao convite da organização não governamental britânica Diverse City e do British Council para integrar o projeto Breathe, que posteriormente resulta em Battle for the Winds/Breathe, espetáculo de abertura dos Jogos Náuticos nas Olímpiadas de 2012, em Londres no qual entra Brasileiríssimo, coreografia concebida por Ana Luiza Ciscato para a turnê inglesa. Entre outras cidades e lugares, esteve no LiveSite – palco ao ar livre criado para a abertura dos Jogos Náuticos, em Weymouth, na Inglaterra.

Cláudia Passos: compositora, cantora e pianista. Lançou o primeiro CD Mar à Vista, em 2013. Com 12 composições, a faixa-título é uma parceria com o maestro e pianista Luiz Gustavo Zago, que também assina a direção musical e os arranjos de todas as canções. Na área acadêmica tem formação em jornalismo e educação musical. Carioca, nos anos 1990 se radicou em Florianópolis, onde começou a se apresentar artisticamente. Alguns trabalhos de destaque: participação no Ciclo Internacional de Compositoras 2016 e 2017; assistente de direção musical, letrista e cantora e no espetáculo Convite ao Olhar, da Cia. de Dança Lápis de Seda; shows Bossa Nova e Tudo +; Nada Será Como Antes; Tem Piano no Samba. Atualmente, prepara o repertório de seu segundo CD Deixa a Lua Entrar, com canções autorais e também de compositoras de Santa Catarina. A artista também trabalha no Conexão Floripa / Rio – projeto iniciado em 2018 que realiza o intercâmbio de músicos das duas cidades.

Luiz Gustavo Zago: pianista, compositor e arranjador, um dos principais nomes da música de Santa Catarina. Com intensa atuação em palcos e estúdios, é conhecido pela amplitude de gêneros e estilos. Em 2011, recebe da Academia Catarinense de Letras e Artes o prêmio Edino Krieger como personalidade musical. Sua discografia inclui o disco solo Até Amanhã (2010), que origina o DVD homônimo, gravado ao vivo; o CD Musa Diversa (2011), cujo trabalho culmina com turnê em 2013 na Geórgia e Alabama (EUA). Entre os concertos, viaja com a turnê De Jobim a Piazzolla (2014). Solista de concertos de temporadas da Camerata Florianópolis. Colabora com o Auditório Jurerê Classic desde 2010, onde realiza concertos com o seu trio ou em piano solo. Como pianista e diretor musical, participa em mais de 50 CDs. Como produtor, atua nos quatro discos de Sílvio Mansani e nos discos de estreia das cantoras Tereza Virgínia, Claudia Passos e Daiana D’Ávila. Também cria trilhas sonoras, com destaque para o filme JK no Exílio (2011), uma produção Brasil-França.

SERÁ QUE É DE ÉTER? (60min)

classificação etária LIVRE

Direção geral e coreografia: Ana Luiza Ciscato

Direção artística musical e intérprete: Claudia Passos

Direção musical e arranjos: Luiz Gustavo Zago

Produção executiva:  Cássia de Souza – Sala de Produção

Bailarinos: Ana Flavia Piovezana, Aroldo Gaspar, Deivid Velho, Fabiana Marques, Fabio Yokomizo, Gabriel Figueira, João Paulo Marques, Maura Marques, Paulo Soares, Roberta Oliveira

Banda: Luiz Gustavo Zago (piano), Iva Giracca (violino), Felipe Arthur Moritz (sax, flauta), Dudu Pimentel (violão), Leandro Fortes (violão) e Alexandre Damaria (percussão)

Light design: Hedra Rockenbach

Figurino: Gabriela Bosco Dutra

Assessoria de imprensa: Linete Martins Assessoria e Consultoria de Comunicação


SERVIÇO

Quando: 29/10

Horário: Ensaio Aberto, 15h/Apresentação do espetáculo, 20h

Onde: Teatro Ademir Rosa – CIC, Endereço Av. Governador Irineu Bornhausen, 5600 – Agronômica, telefone (48) 3664-2555.

Evento no facebook:

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