Segundo informações do portal israelense Ynet, a participação de Israel no Carnaval de São Paulo de 2019 foi cancelada. Funcionários do Ministério das Relações Exteriores desse país disseram que o motivo seria “os possíveis protestos palestinos”.
Devido à grande cobertura que a mídia faz do carnaval, o cônsul israelense em São Paulo, Dori Goren, decidiu convencer uma das escolas de samba mais importantes da cidade para que escolhessem um samba enredo relacionado com Israel, em homenagem aos 70 anos do estabelecimento do Estado.
A escola Águia de Ouro, campeã 2018 do Grupo de Acesso, conversou com outras escolas e acabou aceitando a proposta do cônsul.
No começo, algumas escolas mostraram interesse no enredo pensando que traria bons patrocínios e apoio financeiro de empresários sionistas ativos na cena paulistana.
O Ministério israelense considerou o carnaval uma boa ocasião para lavar a sua imagem diante do mundo.
Os dirigentes da comunidade judeu-sionista da cidade estavam empolgados com a iniciativa e o consulado conseguiu um doador, um empresário da comunidade judeu-sionista de São Paulo, dono da maior companhia de eletrônicos e computadores. Ele pretendia contribuir inicialmente com US$ 100.000.
Os problemas começaram faz dois meses, quando os ataques a Gaza chegaram às manchetes internacionais e desencadearam condenas generalizadas às ações do Estado sionista. A questão piorou com o cancelamento do amistoso entre Argentina e Israel, marcado para Jerusalém antes da Copa do Mundo.
Um relatório do consulado enviado ao Ministério das Relações Exteriores israelense revelou que a escola de samba começou a enviar mensagens sinalizando o arrependimento em relação à decisão. O consulado já esperava que isso acontecesse.
A direção da escola teve medo de perder o apoio e que possíveis protestos pró-palestinos pudessem causar a perda de pontos no desfile.
Finalmente, a Águia de Ouro decidiu escolher um enredo sobre a corrupção no Brasil.
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Imagem de Capa: Reprodução do Facebook mais bandeira palestina.