Equador: paralisação continua até governo responder reivindicações, diz entidade indígena

Movimento indígena protesta, entre outros, por congelamento dos preços dos combustíveis, controle dos preços nos mercados e contra a privatização de empresas estatais

Líder da Conaie ressaltou que a greve será mantida “enquanto o governo não responder às reivindicações populares. Foto: Twitter/Leonidas Iza

O presidente da Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie), Leônidas Iza, afirmou nesta sexta-feira (17/06) que as mobilizações e os protestos contra o governo de Guillermo Lasso se mantêm em nível nacional enquanto “as medidas neoliberais do governo” não forem depostas, e que a greve, iniciada na última segunda-feira (13/06), será mantida até que Lasso responda “às reivindicações populares”.

O líder da Conaie explicou que apesar do “caráter nacional” dos protestos, as mobilizações serão realizadas a partir dos territórios das comunidades indígenas.

Entre as principais demandas da mobilização, estão o congelamento dos preços dos combustíveis, o controle dos preços nos mercados, a não privatização de empresas estatais e maiores orçamentos para educação e saúde.

O presidente do Equador, Guillermo Lasso, que alcançou 81% de desaprovação segundo o centro público de pesquisas Opinion Profiles, afirmou na última quinta-feira (16/06) que o diálogo “é a melhor saída” para “solucionar os problemas que afetam os equatorianos”, sem mancionar a Conaie ou as reivindicações populares solicitadas pelas mobilizações.

Os setores populares avaliaram que a mensagem de Lasso é “incoerente” já que fala em diálogo mas estaria ameçando os mobilizados com o uso progressivo da força. Assim, Iza adiantou que as lideranças indígenas e os demais setores em paralisação “não vão dialogar com o governo até que haja um resultado”.

O presidente da Conaie, que chegou a ficar preso por 24 horas em meio a paralisação nacional nesta semana, ainda considera que o Executivo “não oferece garantias” para iniciar negociações em resposta às demandas solicitadas pela população indígena no último ano.

Iza ainda anunciou que “caso não haja uma resposta concreta de Lasso em 48 horas, a Conaie e outras entidades farão a coordenação necessária para guiar as mobilizações e reuni-las em Quito”.

Até o momento, bloqueios de estradas são relatados nos principais acessos à capital equatoriana e dentro da cidade há baixa circulação de veículos. Também há bloqueios e mobilizações em províncias como Chimborazo, Cotopaxi, Tungurahua, Imbabura, Azuay e Cañar, assim como na cidade de Guayaquil.

Ainda na última quinta-feira, os professores representados na União Nacional dos Educadores (UNE) e os setores agrupados na Frente Popular e na Frente Única dos Trabalhadores (FUT) aderiram aos protestos apoiando as ações da Conaie.

Tais setores destacaram que se unem à mobilização nacional “pela defesa do emprego, segurança e saúde, bem como pela rejeição das privatizações”. No caso dos professores, também exigem que a igualdade salarial seja aplicada e que mais recursos governamentais sejam alocados para a educação.

Na quarta-feira (15/06), a Organização das Nações Unidas (ONU) exortou as autoridades do Equador a “respeitar o legítimo direito de protestar e conceder garantias para o exercício dos cidadãos equatorianos”.

Por meio de um comunicado oficial, o organismo “defendeu a paz, a diminuição das tensões e a busca do diálogo” entre o governo equatoriano e os setores mobilizados.

Com TeleSUR.

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