Entre o fuzil e o feijão.

Por Roberto Liebgott/Cimi Sul.

Entre o fuzil e o feijão

O tirano quer fuzil em todas as mãos.
Pessoas normais desejam feijão em todas as mesas.

O tirano propaga ódio como meio de vida.
Pessoas normais pretendem comunhão e fraternidade.

O tirano esbraveja fúria contra o discordante.
Pessoas normais buscam a harmonia.

O tirano quer subserviência.
Pessoas normais convivência.

Entre o fuzil e o feijão

Feijão é semente de fartura.
Fuzil ferramenta de eliminação.

Feijão simboliza mesa em família.
Fuzil comunidades partidas.

Feijão é terra fértil.
Fuzil vida estéril.

Feijão alimento essencial.
Fuzil arma letal.

Feijão agrega.
Fuzil separa.

Feijão solidariza.
Fuzil desespera.

Feijão é prosperidade.
Fuzil empobrecimento.

Feijão é terra produtiva e partilhada.
Fuzil é a degradação da existência.

Entre o fuzil e o feijão há escolha:

Viver ao invés de ser abatido.
Sonhar ao invés de se ter pesadelos.

Crer nos outros ao invés de elimina-los.
Amar no lugar de matar.

Plantar no lugar de destruir.
Repartir no lugar de acumular.

Entre o fuzil e o feijão prevalecerá:

Coragem no lugar do medo.
Denúncia no lugar do silêncio.

Articulação no lugar da separação.
Alegria no lugar da purgação.

Perseverança no lugar do desespero.
Paz no lugar da tirania.

Entre o fuzil e o feijão:

Há escolha, sem emudecer ou temer o tirano.
Construindo caminhos de esperança, do Bem Viver, da Terra sem mal!

Porto Alegre, 30 de agosto de 2021.

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