Bogotá, 5 jun (Prensa Latina) A ex-ministra de Defesa e Comércio Exterior da Colômbia Martha Luzia Ramírez disse hoje que o Governo improvisou a entrada do país à OTAN, expondo os colombianos internacionalmente ao ridículo.
“Por definição, esta nação andina não pode pertencer a essa organização”, afirmou.
Luzia Ramirez usou um ‘colombianismo’, expressão própria da linguagem popular, para qualificar o fato: “nos fez passar (o Governo) um urso internacionalmente”, frase que equivale a se expor à gozação ou à vergonha pública.
Em entrevista concedida ao jornal El colombiano, Ramírez qualificou a declaração de Santos como superficial e improvisada, imprópria de um mandatário que, além disso, foi ministro de Defesa do gabinete do ex-presidente Alvaro Uribe, disse.
Como afirmar que vamos entraR para essa organização quando só podem ser membros os países com costa no Atlântico Norte?
A ex-ministra reiterou que isso, além de denotar um grande descuido no manejo dos conceitos, “evidencia perante os membros da OTAN que estamos improvisando em algo no qual não deveríamos”.
Como consequência, comentou, acambamos arrumando um briga sem necessidade alguma.
Sábado passado, Santos anunciou que o Ministério de Defesa assinaria este mês um acordo de cooperação com a OTAN, com a intenção de entrar “nessa organização internacional de caráter militar”.
No entanto, fontes da OTAN informaram ontem que “não há planos imediatos para estabelecer uma associação formal entre a Aliança Atlântica e a Colômbia, ainda que esteja sendo explorada” a possibilidade de levar a cabo “atividades específicas conjuntas”.
Deixaram claro que o país não cumpria os critérios geográficos necessários para ser membro da Aliança, segundo estabelecido pelo Tratado que a rege, que só autoriza a adesão “dos Estados localizados na região do Atlântico norte”.
Por sua vez, o ministro de Defesa colombiano, Juan Carlos Pinzón, saiu hoje a explicar que a declaração do presidente Santos está baseada só em um acordo de cooperação no tema de segurança, pois o país está em condições de contribuir com sua experiência.
“A Colômbia não pode e não quer entrar à OTAN”, afirmou Pinzón, “só pretendemos ser sócios de cooperação como são a Austrália, a Nova Zelândia e o Japão, entre outros países”.
“Espero que ao falar com clareza, cada um (em alusão aos países vizinhos) faça as devidas avaliações”, concluiu.
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