Seguindo a linha da gestão de Cesar Souza Júnior de cortar verbas para o serviço público enquanto aumenta os gastos com empresários, a Secretaria Municipal de Educação (SME) precariza o material enviado às unidades ao mesmo tempo em que tenta obrigar o uso de livros didáticos da empresa escolhida à revelia da opinião de pais e professores. Na Escola Desdobrada Municipal Osvaldo Galupo, a situação fica em evidência: mesmo tendo, desde 2014, material didático, agenda, Plano Político-Pedagógico (PPP) e Projeto Coletivo construidos democraticamente no Conselho Escolar, a SME tentou mais uma vez obrigar a utilização material da empresa Sistema Educacional Família e Escola (SEFE), recorrendo até à ameaças e assédio moral.
Além de atentar contra a autonomia, a democracia e os projetos construídos coletivamente, a imposição de um material por parte da SME significa um gasto significativo de dinheiro público: só em 2014 cerca de R$ 30.000 foram gastos embora as turmas já possuíssem material didático, agenda, PPP e projeto coletivo próprios. Em 2015, a Secretaria tentou novamente forçar o material de empresa, mas a mobilização da unidade conseguiu garantir que a decisão coletiva fosse respeitada e os recursos públicos preservados.
Neste ano, mais uma vez, a SME entregou o material – embora notificada de que não deveria -, se recusou a recolher e intimidou a direção da unidade com ameaças de processo administrativo para que fosse utilizado, embora as turmas já estivessem tendo aula com o material escolhido coletivamente. Foi necessária mais mobilização para que, enfim, a Secretaria recuasse no seu autoritarismo e recolhesse o que havia enviado desnecessariamente.
A questão não se limita à Osvaldo Galupo: é um problema em várias unidades, reflexo de escolhas políticas que resultam em falta de material básico – como cola, fita, tesouras -, brinquedos quebrados entregues, redução na alimentação numa contenção de verbas inconsequente, enquanto o dinheiro público acaba indo parar com empresários colegas do prefeito. Precisamos denunciar e nos posicionarmos contrários à este tipo de medida, mobilizando trabalhadores e comunidade como no caso da Osvaldo Galupo, lutando por serviço público e educação valorizados! Dinheiro público é para o serviço público!