Por Roberto Liebgott, para Desacato.info.
Eles saem por aí, pelas avenidas e mercados, pelos palácios e apartamentos de luxo, em jatinhos e caravanas de ricos, andando de mãos dadas com fazendeiros e empresários do minério, garimpo, do boi e da soja, planejando ganhar eleições para depois delas seguir a exploração do trabalho, do pobre, da natureza e da terra mãe.
Enquanto isso, elas e eles, que estão de baixo da pirâmide social, seguem lá, distantes das vaidades e da ambição, dentro de territórios e aldeias, nos quilombos, nas cidades e favelas, nas florestas e campos:
violentadas e violentados,
escravizadas e escravizados,
torturadas e torturados,
assassinadas e assassinados,
dilaceradas e dilacerados,
criminalizadas e criminalizados,
perseguidas e perseguidos.
Enquanto isso, apesar de tantas dores, lamentos e sofrimentos eles, do andar de cima, dos privilégios e da impunidade, prosseguem sua ambiciosa jornada de destruição, sob o silêncio complacente dos poderes públicos e sob os meus e seus olhos.
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