Enegrecer a Arquitetura

Por Thaise Machado.

O ensino como um todo no Brasil é falho. A graduação em Arquitetura e Urbanismo não fogem desta regra. Precisamos levar em consideração a história do período colonial para o ensino superior, para que se possa ter uma melhor compreensão sobre os alicerces deste país. O entendimento sobre a relação do período escravocrata e o desenvolvimento urbano andam juntos. O racismo foi e continua sendo o provedor do planejamento urbano, consequentemente, resultando em gentrificação e descaso com populações menos favorecidas.

Necessitamos levar para academia discussões das quais possam gerar mudanças para um futuro próximo, amenizando desigualdades e gerando qualidade de vida para os habitantes como um todo. O curso de arquitetura, por muitas vezes, foca em projetos voltados para uma minoria, ou seja, a classe rica e abastada. Obras em escalas absurdas que não conversam com o entorno e geram o distanciamento com população. A arquitetura se torna intocável pois desde o seu ensino até a formação dos profissionais, direciona o olhar para um único público.

Devemos usar a arquitetura como uma ferramenta de mudança, pautar o ensino sobre a realidade brasileira, do que vivenciamos dia a dia, das deficiências que estão expostas nas periferias, das pessoas que não possuem direito a moradia, do sistema falho dos projetos minha casa e minha vida, e deixar o glamour eurocêntrico para os países desenvolvidos. Basear o nosso ensino sobre os nossos intelectuais, vincular os conhecimentos de nossos estudiosos. Compreender que a arquitetura e urbanismo necessitam estar integrada com todas as áreas do conhecimento. Caso contrário, os futuros profissionais irão continuar aprendendo a projetar museus monstruosos e ou outras edificações que nunca irão construir quando formados.

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