Empresa de Wajngarten recebe grana do PL. Por Altamiro Borges

O que lhe dá maior dor de cabeça no momento é a tarefa de defender o fascista, que corre o sério risco de ir para a cadeia em breve.

Imagem reproduzida do Blog de Esmael.

Por Altamiro Borges.

A Folha destacou nesta quinta-feira (21) que “empresa de assessor de Jair Bolsonaro já recebeu R$ 563 mil do PL neste ano”. Segundo a denúncia, “ex-secretário de Comunicação Social da Presidência, Fabio Wajngarten (foto) é sócio de empresa que mantém contrato com o partido do ex-presidente da República. Neste ano, a FW Comunicação já recebeu da legenda ao menos R$ 562,5 mil, segundo prestação de contas enviada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A quantia foi paga em parcelas nos meses de maio, junho e julho”.

Ainda de acordo com a reportagem, “os valores foram debitados de conta bancária mantida pelo PL para o recebimento de recursos do fundo partidário, dinheiro público repassado anualmente para manutenção dos partidos políticos. É nessa mesma conta que são descontados os salários de Bolsonaro, de Michelle Bolsonaro e do ex-ministro Walter Braga Netto, vice na chapa encabeçada pelo ex-presidente na eleição do ano passado”.

O jornal até procurou o sempre falante e metido a valentão Fabio Wajngarten, mas ele preferiu ficar calado – a tática mais usada pelos bolsonaristas nos últimos dias. O atual advogado do presidente fujão compartilhou apenas uma nota lacônica da direção nacional do PL, que afirma que a FW foi contratada para “fazer a assessoria de imprensa para a presidência de honra da legenda… Para esse trabalho ela conta com equipe que faz o monitoramento das mídias, análise dos materiais publicados, além do trabalho de assessoramento de imprensa, que inclui atendimento permanente aos jornalistas dos veículos de comunicação”.

Outras mutretas do então chefe da Secom

Como lembra a Folha, “não é a primeira vez que a FW Comunicação figura na contabilidade do PL. No ano passado, a empresa recebeu cerca de R$ 650 mil do partido, de acordo com extratos também disponibilizados pela legenda no TSE. Às vésperas do início da campanha, Wajngarten foi escalado para reforçar o time de suporte ao então candidato à reeleição”.

“Em 2020, a Folha revelou que o então chefe da Secom recebia, por meio da FW, dinheiro de emissoras de TV e de agências de publicidade contratadas pela própria secretaria, ministérios e estatais do governo Bolsonaro. Na época, Wajngarten negou haver conflito de interesse. Também na ocasião a Comissão de Ética Pública da Presidência arquivou o caso, mas sem que houvesse abertura de investigação… Cadastros da Receita Federal e da Junta Comercial de São Paulo indicam que o Wajngarten tem 95% das cotas da empresa FW”.

Fabio Wajngarten é atualmente um dos homens mais próximos de Jair Bolsonaro, tendo inclusive escanteado da equipe jurídica do ex-presidente o advogado Frederick Wassef – tratado por ele como “burro” em mensagens vazadas do tenente-coronel Mauro Cid. O uso do dinheiro do fundo partidário para abastecer sua empresa de comunicação não deve causar maior incômodo. O que lhe dá maior dor de cabeça no momento é a tarefa de defender o fascista, que corre o sério risco de ir para a cadeia em breve.

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