Embusteiros. Por Roberto Liebgott.

Massacre de Porongos – Reprodução/TVE-RS

Por Roberto Liebgott, Cimi Sul – Equipe Porto Alegre.

Vinte de setembro não é dia de gaudério, farrapo, farroupilha, muito menos das heroicas façanhas.

Dia da traição aos Lanceiros Negros, de uma vil covardia, do massacre de Porongos, dos perversos e repugnantes comandantes – David Canabarro e Bento Gonçalves.

Dia da farsa, do engodo celebrado por elites tiranas, condutoras de chacinas de mulheres e homens – negras e negros – que lutavam por liberdade.

Dia da mentira, da fake news eternizada por burgueses grotescos, festejadores de bastardos inescrupulosos.

Dia do desprezo, dos desprezíveis difusores de uma tradição mórbida cultuadora de escravocratas, traidores e assassinos.

Falsear histórias é tática dos de cima da pirâmide, dos empoleirados no poder, de onde se fartam da miséria e sangue dos debaixo.

A história contada por eles – de cima – coloca terra, brita, areia e cimento sobre as verdades das pessoas simples, das excluídas, escravizadas e criminalizadas.

O vinte de setembro garboso não passa de um embuste forjado ao longo da história e preservado pelos embusteiros.

Porto Alegre, 20 de setembro de 2022.

 

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