Em série de votações polêmicas, Câmara aprova fim do atenuante de pena para menores de 21 anos

Bloqueadores de celular, de acordo com deputados, devem ser instalados pelas telefônicas nas proximidades dos presídios. Outro projeto, que pode ser votado nesta semana, acaba com o chamado “auto de resistência” (Foto: Gustavo Lima/Câmara dos Deputados)

O plenário da Câmara aprovou, na noite de terça-feira (7), um projeto de lei que extingue o chamado “atenuante de pena” no Código Penal, um dispositivo na legislação que reduz a pena quando o criminoso for menor de 21 anos.  Trata-se de uma das propostas que o Legislativo votou, ontem, na área da segurança, partidas sobretudo da chamada “bancada da bala”. A proposta ainda precisa passar pelo Senado.

Também fica extinta, pelo projeto, a redução dos prazos de prescrição (à metade do tempo normal) nos casos em que o autor tinha menos de 21 anos quando cometeu o crime. Para os maiores de 70 anos, foram mantidos os atenuantes e o prazo menor de prescrição de penas. Parlamentares aprovaram, na sessão, um dispositivo para permitir a quem tem entre 16 e 18 anos a apresentação de queixa sem a necessidade de serem acompanhados por um adulto.

Defensores da proposta dizem que a legislação não cabe mais nos dias atuais. A deputada Eliziane Gama (PPS-MA) disse que o projeto moderniza a lei brasileira. “Os jovens de 18 anos a 20 anos de idade têm plena consciência do que estão efetivamente fazendo. E, no nosso entendimento, não cabem privilégios específicos para essa faixa etária”, declarou.

Já a deputada Erika Kokay (PT-DF) ponderou que aumentar o número de presos não resolve a questão da segurança pública. “Qualquer pessoa neste País sabe que o sistema carcerário não reintegra harmoniosamente a sociedade”, disse. A deputada Maria do Rosário (PT-RS) destacou a inclusão na proposta de norma que autoriza adolescentes entre 16 e 18 anos a fazer denúncia de violência mesmo sem estar acompanhados dos pais ou responsáveis. Esse ponto não fazia parte do texto original e foi incluído no projeto depois de acordo entre os líderes partidários.

O texto aprovado é uma emenda substitutiva do deputado Subtenente Gonzaga (PDT-MG) ao Projeto de Lei 2862/04, de autoria do ex-deputado Rubinelli. A emenda apresentada pelo relator utiliza dispositivos do PL 1383/15, do deputado Capitão Augusto (PR-SP), que tramita em conjunto com o PL 2862/04.

Bloqueadores de celular e autos de resistência

A Câmara aprovou também um projeto que obriga as empresas operadoras de telefonia a instalarem bloqueadores de sinais de telecomunicações, radiocomunicações e de internet nos estabelecimentos penais e socioeducativos. As empresas terão o prazo máximo de 180 dias a contar da publicação da lei para a instalação dos equipamentos. O texto, da mesma forma, seguirá para o Senado Federal.

Deputados aprovaram requerimento de regime de urgência para a votação de outros quatro projetos de lei que tratam do tema da segurança: a Lei 4471/12, que especifica procedimentos para apurar casos de morte violenta envolvendo ações policiais, acabando com o chamado auto de resistência. Os projetos 388/15, que acaba com a saída temporária de presos; o PL 8048/17, que cria um novo tipo penal para punir o uso de pessoas como escudo humano em ação criminosa; e do PL 5880/16, que cria um cadastro nacional de pessoas desaparecidas, também devem ser votados em breve.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), diz que deve fazer uma semana de votações sobre o tema. O Estatuto do Desarmamento não está previsto para entrar em pauta.

*Com informações da Agência Brasil e da Agência Câmara.

Fonte: Sul 21.

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