Por claudia Weinman, para Desacato. Info.
O Movimento das Mulheres Trabalhadoras Urbanas (MMTU) junto ás organizações que compõe a Frente Brasil Popular em São Miguel do Oeste /SC, realizaram um dia de formação durante o Primeiro de Maio. O ato em memória histórica aos trabalhadores e trabalhadoras explorados/as pelo sistema Capitalista, aconteceu no salão paroquial do município.
Conforme a militante do MMTU, Maria Carmen Viero, a militância se propôs a discutir assuntos referentes a Relação de Gênero, com a contribuição da companheira Justina Cima, do Movimento das Mulheres Camponesas (MMC) e da Deputada Estadual, Luciane Carminatti, com análise de conjuntura frente ao golpe que atinge o Brasil.
Durante a manhã, Carmen salientou que o MMTU trouxe um histórico sobre o Dia Primeiro de Maio. “Retomamos questões relativas ao surgimento da data, objetivos e discutimos questões coletivas, com base em nossas organizações, e a necessidade de assumirmos a consciência da igualdade de direitos, propondo ainda, construirmos novos caminhos”, destacou.
O Dia Primeiro de Maio segundo Carmen, não é um dia destinado ao pagamento de festas e churrascos, mas de luta para a classe trabalhadora explorada. “É importante perceber como está sendo o comportamento/comemoração na data do 1º de maio. Com todas as evidências, temos aí uma data que na verdade é contra nós trabalhadores/as”, alertou.
A militante disse ainda que além do histórico sobre o dia Primeiro de Maio, foi exteriorizado sobre o surgimento da Frente Brasil Popular, a defesa da democracia e da soberania nacional. “Ao fazer uma análise sobre o golpe de 1964, onde houve grandes perseguições, temos que pensar alternativas, resgatar a importância da Teologia da Libertação, das Comunidades Eclesiais de Base, dos movimentos de resistência do campo e cidade e dentro disso, fortalecer a discussão de gênero, ressaltando a atuação das mulheres e as conquistas históricas que tivemos em todo esse processo”.
Resistência
Mesmo com tantos avanços garantidos historicamente pelos trabalhadores/as, o Brasil segundo a companheira Justiça do MMC, está em processo de retrocesso. “No dia da votação no congresso, aquele “Tchau Querida” precisa ser analisado com maior profundidade. Estão querendo dizer: ‘Voltem para dentro de suas casas mulheres’. E além disso, estão dizendo para os indígenas, caboclos, negros, para que permaneçam em silêncio”.
Justiça encerrou a fala salientando ainda a importância de discutir a Luta de Classes. “Nos anos 80, procurávamos entender quem eram os oprimidos e os opressores. Nos últimos períodos foi se abandonando esse debate em muitos espaços dos movimentos, não se faz mais o debate sobre quem são as Classes, temos que retomar o debate da LUTA DE CLASSES, para não perder nossa essência de luta e para avançar”, disse ela.
A Deputada Luciane Carminatti, reforçou ainda o debate sobre a ‘onda Fascista’ no Brasil e o projeto de retirada da atual presidente. “Mesmos sabendo que Lula e Dilma não representam os governos que esperávamos, temos que reconhecer os avanços e isso a Direita não aceita. Para a Direita, não podem existir avanços e por conta disso, temos contra nós a mídia. Precisamos fortalecer as mídias alternativas, para fazer a diferença nesse debate”.
Luciane reforçou a situação de que a Direita não aceita que filhos/as de trabalhadores/as frequentem universidades e dividam espaço com a elite. “Por esses e outros elementos é que vivemos um grande golpe contra os trabalhadores/as. Todos e todas precisam se colocar em luta pela democracia”.
Fotos: Maria Carmen Viero Viero e Lourenços Afrodesmo.
Com informações de: Maria Carmen Viero.