Por Luís Eduardo Gomes.
Em pronunciamento logo após o encerramento da convocação extraordinária da Assembleia Legislativa, no fim da tarde desta quarta-feira (31), o governador José Ivo Sartori (MDB) acusou a oposição de estar radicalizando seu posicionamento ao obstruir as três sessões realizadas entre segunda e hoje e não permitir que nenhum dos quatro projetos de autoria do Executivo fossem sequer apreciados na Casa. O governador disse que nunca tinha visto uma convocação extraordinária ser obstruída a esse ponto. “Tenho pena dos que acharam que o governo ou o governador tiveram uma derrota. Não, derrotaram os interesses do estado”, disse Sartori.
Questionado sobre como o governo atuaria a partir de agora para garantir a aprovação dos projetos, Sartori disse que confia no trâmite normal das pautas na Assembleia e que espera que o PLC 249, que autoriza a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal, seja aprovado em breve. Perguntado se o governo ainda acredita que conseguirá aprovar as PECs que autorizam privatizar sem plebiscito Sulgás, CRM e CEE – projetos que precisam de 33 votos que o governo não tem a garantia de obter hoje -, o governador preferiu dizer que não se ateria a isso no momento, optando por tratar apenas do PLC 249, que precisa de somente 28 votos para ser aprovado.
No entanto, mais cedo, o líder do governo na Assembleia, deputado Gabriel Souza (MDB), havia dito que o Executivo convocou as sessões extraordinárias justamente por não ter conseguido colocar em votação ao longo de todo ano de 2017 as PECs que tratam de Sulgás, CRM e CEE.
Questionados se apenas o RRF, sem a aprovação das PECs, seria aceito no acordo com o governo federal, tanto Sartori quanto o secretário-chefe da Casa Civil, Fábio Branco, disseram que preferiam não antecipar o resultado das votações na Assembleia. A oposição acredita que o governo perdeu sua última oportunidade de colocar as PECs em votação.
O governador afirmou ainda que a oposição será responsável, caso a situação financeira do Estado se agrave com uma possível suspensão da prorrogação de pagamento da dívida com a União. Sartori também listou uma série de projetos de autoria do Executivo que a oposição votou contrariamente, ainda que alguns deles tenham sido aprovados, na tentativa de demonstrar que a oposição não está preocupada com a recuperação econômica do Estado.