Nesse último domingo 31 de julho, a médica de família e comunidade Júlia Rocha, após seu post criticando as fotos de seus colegas médicos que viralizaram por ofender pacientes que não sabiam escrever ou pronunciar palavras como pneumonia, viralizar nas redes a mesma sofreu retaliação e ameaças em seu perfil pessoal do facebook. Diante disso a Rede Nacional de Médicos e Médicas Populares lança Nota de Solidariedade a Julia que pode ser vista a baixo:
Nota de Solidariedade da Rede Nacional de Médicos e Médicas Populares à médica de família e comunidade Júlia Rocha.
O médico, o trabalhador médico, deve ir então ao centro de seu novo trabalho, que é o homem dentro da massa, o homem dentro da coletividade. (…) Veremos como teremos que ser um pouco pedagogos, às vezes muito pedagogos, como teremos que ser políticos também, como o primeiro que temos que fazer não é ir brindar com a nossa sabedoria, mas sim demonstrar que vamos aprender, com o povo, que vamos realizar essa grande e bela experiência comum ” Ernesto Che Guevara
No dia 27 de julho a notícia de que um médico plantonista havia divulgado uma foto com os dizeres “não existe peleumonia e nem raoxis”, após o atendimento de um paciente em um hospital, espalhou rapidamente pelas redes sociais.
Em contrapartida a postura dele médicas e médicos como Júlia Rocha se pronunciaram a favor de uma medicina centrada na pessoa, ferramenta que reconhece e respeita o que o indivíduo sente e sua forma de expressar o que é o adoecer.
Em meio ao crescente discurso de ódio na sociedade brasileira, Júlia Rocha foi atacada por médicos racistas e reacionários em seu perfil do facebook, com mensagem de conteúdo racista, desrespeitoso quanto a opção ideológica da medica e quanto a especialidade de medicina de família e comunidade. Nos comentários da postagem, fica explícito o caráter do ataque.
Nós da RNMMP manifestamos o nosso apoio a Júlia Rocha e repudiamos a prática que tende a utilizar o discurso de ódio para combater divergências políticas e ideológicas, com conteúdo racista para isso.
A medicina deve estar a serviço do povo brasileiro, capaz de compreender o processo saúde doença que submete os indivíduos e comunidades ao adoecimento e se propor a transformar. A medicina, não pode ser uma correia de transmissão do pensamento elitizado e preconceituoso contra os mais desfavorecidos e oprimidos da sociedade brasileira.
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Fonte: Saúde Popular.