Integrantes do MST em Minas Gerais participaram na terça-feira (13), do Curso Multiplicadores da Democracia. O projeto, construído em parceria com o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) e a Secretaria estadual de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania (Sedpac), segue até o próximo dia 16, em Belo Horizonte. Essa é a primeira iniciativa do Movimento em Minas Gerais que tem como objetivo a formação específica de comunicadores para construção do setor no estado.
O curso também envolve diversos outros movimentos, como o Levante Popular da Juventude, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Central Única dos Trabalhadores (CUT), União da Juventude Socialista (UJS), entre outros. Para Geanini Hackbardt, do setor de comunicação do MST, nunca foi tão urgente a criação de novos meios de comunicação, baseados na iniciativa popular organizada. “Vivenciamos a decomposição da democracia e sabemos que o monopólio da mídia, na figura da Rede Globo, tem protagonismo nisso, como ente que convoca e dá coesão às frações da elite. Para contrapor, estamos formando os nossos comunicadores em rádio e TV, web rádios e mídia digital”, disse.
A construção coletiva do evento aponta para o preparo dos sujeitos para produção de conteúdos e criação de instrumentos livres de comunicação, dotados de olhares diversos. Além disso, está em vista a disputa de espaços em emissoras públicas, que possui maioria da programação voltada à capital mineira. O curso acontece logo depois da criação da Empresa Mineira de Comunicação (EMC), que pretende mudar a política de comunicação estadual.
A Lei 22.294, aprovada em setembro, condensou a Rádio Inconfidência e a TV Minas em uma só empresa, além de abarcar sites e pequenas rádios públicas do interior. “Esse curso acontece agora para que os gestores enxerguem que os comunicadores do interior também são atores importantes”, destaca Florence Poznanski, secretária estadual do FNDC.
Audiência Pública
No primeiro dia do curso (13), aconteceu também uma audiência pública com questionamentos à Empresa Mineira de Comunicação, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Um deles tem relação com uma possível redução de verba para a empresa. “A lei já foi aprovada e houve vários sinais a nível nacional de que os investimentos da mídia pública podem ser comprometidos”, destaca Poznanski. O outro questionamento tem relação com a participação da sociedade civil na empresa.
Fonte: MST.