A discussão sobre o chamado “marco temporal” – mudança na legislação que garantirá o pertencimento da terra aos indígenas somente em áreas ocupadas até 1988 – mobiliza milhares de povos originários em Brasília, na expectativa por um julgamento decisivo no Supremo Tribunal Federal. A pauta, considerada uma ameaça aos povos originários, torna-se ainda mais grave quando analisada junto aos efeitos da pandemia de Covid-19, que agravam a vulnerabilidade de grupos minoritários. O Coletivo Cestou Floripa finaliza na sexta-feira (3) sua sexta campanha de arrecadação, tendo como foco a Aldeia Tekoa Marangatu, em Imaruí. O grupo arrecada qualquer quantia, via PIX, além cestas básicas para repassar à comunidade Guarani Mbya da região.
A aldeia tem 60 famílias que sofrem as consequências graves da pandemia de Covid-19, com prejuízos econômicos e sociais. Além de apresentarem um maior risco de exposição ao vírus – o que fez com que fossem grupo prioritário na campanha de vacinação – a necessidade de isolamento gerou prejuízos econômicos aos povos originários. “Estamos pedindo para quem quer ajudar a comunidade. É bem-vindo a gente estar recebendo essa ajuda lá de fora”, fala Irineu Benite, liderança da aldeia.
A doação de mantimentos – alimentos e roupas de inverno – é importante para auxiliá-los no momento em que a comunidade se reúne em mutirão para o trabalho agrícola. “É o momento de a gente se reunir e se ajudar, estamos no tempo de preparação de terra e começando a fazer isso”, conta Irineu. O coletivo Cestou Floripa é uma iniciativa voluntária de um grupo de amigos preocupados com a situação do país e inspirados pelo Cestou Uberlândia, movimento organizado em Minas Gerais. Desde a primeira campanha, em abril, foram mais de 200 cestas básicas doadas, além de produtos de higiene, cobertores e marmitas entregues a grupos em situação de vulnerabilidade. A proposta é, além de levar alimentos a quem tem fome, alavancar reflexões sobre os problemas econômicos e humanitários associados à pandemia.
Nas cinco campanhas realizadas até aqui, o Cestou colaborou com a Associação de Mulheres e o Movimento de População de Rua, em Florianópolis, e a aldeia indígena Tekoa Marangatu, de Imaruí e artistas da região, duramente impactados pela pausa nas atividades por conta da pandemia.
Saiba mais sobre a campanha no instagram @cestou.floripa
Para ajudar com recursos, faça um Pix: 48984711903
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