Em discurso de posse, reitora falta com a verdade sobre a luta sindical no IFSC

Em seu discurso de posse na noite da segunda-feira da semana passada (17), Maria Clara Kaschny Schneider, reeleita para o cargo de reitora, manifestou-se sobre as atividades do SINASEFE – Seção Sindical IFSC, particularmente sobre o movimento grevista realizado durante o ano de 2015. Nas palavras da reitora reeleita, a greve foi “instigada por motivos eleitorais”, insinuando que a paralisação teve como objetivo influenciar no pleito para a gestão do Instituto. Posteriormente, reafirmou essa leitura ao dizer que “o sindicato tomou partido” durante as eleições.

A Diretoria da Seção Sindical considera essas colocações profundamente infelizes e falaciosas. Primeiramente, lembramos que a greve de 2015 foi consequência de meses de descaso do Governo Federal com a pauta apresentada pelos sindicatos de servidores federais em sua campanha salarial. Foi um movimento de abrangência nacional e envolveu outras entidades sindicais do serviço público, como o ANDES e a FASUBRA. Em Santa Catarina, os servidores do IFSC, reconhecidos pela sua combatividade, não se omitiram e saíram energicamente em defesa dos direitos da classe trabalhadora.

Por outro lado, não negamos que as mobilizações no IFSC foram também estimuladas por insatisfações dos servidores com a gestão, tanto nos câmpus quanto no âmbito do Instituto. A respeito dessa questão, porém, afirmamos categoricamente que a responsabilidade é daqueles que estavam à frente da instituição, a começar pela própria reitora Maria Clara Kaschny Schneider, mas também de seus assessores e de seus subordinados. É sintomático que a posse da nova gestão tenha sido presenciada por poucos servidores, o que levou um convidado a observar, ironicamente, que no momento em que se tirou a foto oficial da equipe sobraram poucas pessoas na plateia. Some-se a isso o fato de que nenhum dos inúmeros agradecimentos foi dirigido aos servidores, aqueles que realmente fazem a instituição funcionar.

A tentativa de transferir a responsabilidade pela insatisfação que causou soa, na verdade, como a fuga para a autocrítica necessária à quem tem novos quatro anos de gestão pela frente.  Parece também uma tentativa de descredibilizar a severa crítica que recebeu das urnas, ou seja, daqueles que não optaram pelo seu projeto. Lamentamos essa postura, especialmente porque o resultado do pleito aponta que os “críticos” hoje representam a maioria da comunidade acadêmica.

Por fim, ressaltamos que o SINASEFE tem lado definido em todas as circunstâncias: o lado dos trabalhadores. O que resta saber é se esse será também o posicionamento da nova gestão. Mais do que palavras, esperamos ações concretas.

São exemplos de pontos que exigem posicionamento imediato:

– Revisão imediata do Termo de Metas firmado com o MEC sem qualquer discussão com os servidores.

– Imediata revogação do arbitrário período de 60 dias que impõe para que novos servidores técnico-administrativos tenham a jornada de trabalho flexibilizada.

– Suspensão da adesão automática de servidores públicos ao FUNPRESP, forma mais atual do ataque à previdência dos trabalhadores e que a reitoria tem executado de forma completamente acrítica.

– Revisão de todos os laudos sobre insalubridade e periculosidade realizados sem acompanhamento do sindicato.

– Revogação da obrigatoriedade do ponto eletrônico.

– Fim das deliberações do Codir, um órgão consultivo, e valorização dos fóruns deliberativos para promover a democracia na instituição.

– Pagamento dos valores em atraso com docentes por questões como progressão funcional, RSC.

– Compromisso com a revisão da resolução Nº 05/2014/Consup que, se consolidada, representará uma verdadeira barreira ao acesso da maioria dos professores ao cargo de titular.

A DSS aproveita para reforçar seu compromisso com os trabalhadores na luta pelos nossos direitos.

 


Imagem: Polêmica Paraíba
Fonte: Diretoria do SINASEFE Seção Sindical IFSC – DSS

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