A luta contra o fechamento da Ford no Brasil levou diferentes sindicatos e as centrais CSP-Conlutas e CUT a se unirem, nesta quarta-feira (13), num ato político na Avenida do Povo, em Taubaté. A unificação da luta entre as centrais foi aprovada em votação pelos trabalhadores.
O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e a CSP-Conlutas levaram sua solidariedade aos funcionários da montadora e defenderam a estatização da Ford no país. Também participaram do ato alguns vereadores e deputados.
O fechamento da fábrica no Brasil levará à demissão de 5 mil trabalhadores diretos, sendo que 830 são da unidade de Taubaté. Também deve provocar outras 15 mil demissões no setor de autopeças no país.
Os cortes acontecerão apesar de todo incentivo fiscal que os governos sempre deram ao setor automotivo. Nos últimos 20 anos, as montadoras receberam R$ 69,1 bilhões em incentivos federais (valores corrigidos pela inflação).
“As multinacionais tiram dinheiro das prefeituras, da saúde, da educação, depois fecham as portas e vão embora. É preciso mudar essa situação. Que os trabalhadores tomem esta luta em suas mãos. É preciso que as centrais se somem nesta resistência, se não o destino dos trabalhadores da Ford será o destino de todos os trabalhadores brasileiros”, disse o dirigente nacional da CSP-Conlutas Luiz Carlos Prates, o Mancha.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Weller Gonçalves, colocou a estrutura da entidade a serviço da luta dos companheiros da Ford e defendeu que o governo federal estatize empresas que demitirem.
“Não podemos admitir o corte de milhares de empregos diretos e indiretos, principalmente num cenário de pandemia, numa empresa que está há mais de 100 anos no país e agora quer ir embora. É tarefa do governo Bolsonaro estatizar empresas que realizarem demissão em massa e fecharem. Temos que colocar pressão nos governos municipal, estadual e federal. Contem conosco nesta luta contra o fechamento da Ford”, afirmou Weller.
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