Jornal GGN – Ao contrário do que ocorre no Brasil governado por Michel Temer, a Rússia decidiu, em 2015, proibir a terceirização do trabalho, após negociações entre os sindicatos e o governo de Vladimir Putin.
Há dois anos, Abdegani Shamenov, integrante do conselho nacional do Sindicato dos Trabalhadores da Construção da Rússia, participou de uma palestra no Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
Na ocasião, o sindicalista contou que terceirização na Rússia começou a ser praticada logo após o fim da União Soviética, no começo dos anos 1990, mas sem previsão em lei. “O fim da terceirização é um grande orgulho para os sindicatos russos”, afirmou.
Em Porto Alegre, ele ressaltou que este tipo de contratação não aumentou a oferta de emprego, e ainda reduziu os salários e benefícios dos trabalhadores russos, como férias. Além disso, a arrecadação tributária também caiu, e em muitos casos os funcionários simplesmente ficavam sem renda em caso de acidente.
Na palestra, Shamenov também explicou que os sindicatos russos são mais fortes que os brasileiros, contando que os acordos salariais são geralmente firmados por três anos, com reposição automática de 70% a 80% da inflação a cada três meses. No caso das greves, os trabalhadores podem parar caso não entrem em acordo após um mês de negociação, e os funcionários que participam das discussões com as empresas não podem ser demitidos por três meses.
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Fonte: Jornal GGN.