Elza Soares acaba de lançar a turnê mundial de “A mulher do fim do mundo”, álbum aclamado pela crítica no Brasil. Mas, um pedido inesperado de um fã a fez se pronunciar na internet. O internauta sugeriu à cantora que evitasse falar de política nas apresentações. Eis que a veterana rebateu:
“Acho que não ouviram o disco. Honey, o show é meu”, esclareceu a cantora, e completou. “Vou continuar falando do racismo, da homofobia, transfobia, da fome, da miséria, da falta de água…”
Outros internautas tomaram partido e, nesta quinta-feira, a artista voltou a se pronunciar:
Elza Soares se apresentou em Nova York, nos Estados Unidos, na semana passada e lançou oficialmente sua turnê pela Europa, encerrando em terras estadunidenses. Em junho, a cantora se apresenta em Lisboa, no Porto, no Faro e em Madeira, em Portugal; em seguida vai à Holanda, Dinamarca e volta à Nova York.
“A mulher do fim do mundo” ganhou o Grammy Latino na categoria Melhor Álbum de Música Popular Brasileira em 2016, entrou na lista dos dez melhores álbuns do “The New York Times” e foi sucesso de crítica por abordar temas como a desigualdade social, a violência contra a mulher, o racismo e a homofobia em suas letras.
Elza Soares no teatro Town Hall , na última semana, em Nova York Foto: KENA BETANCUR / AFP
”Não é preciso de tradução para reconhecer a ira e a raiva de ‘A mulher do fim do mundo’, da Sra. Soares, uma cantora de samba de 79 anos, que há tempos é celebrada no Brasil. Ela usa a rouquisão, mas continua comandando o estado de sua voz para lançar músicas sobre abuso, pobreza e história, luxúria e violência. Elza Soares tem o apoio de músicos de São Paulo que descrevem sua música como ‘samba sujo’. Eles injetam no samba tradicional guitarras distorcidas, tambores agressivos e eletrônicos indisciplinados que destacam como a Sra. Soares permanece indomável”, destacou o texto do “The New York Times”.
Fonte: Geledés