Longa argentino homônimo retrata o desabrochar do amor na terceira idade

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A recompensa mais imediata de Elsa e Fred, em cartaz, se deve à união em cena de Shirley MacLaine e Christopher Plummer, feito obtido apenas por Richard Attenborough em Um Amor para Toda a Vida (2007). Além do cativante par octogenário, a refilmagem de Michael Radford (O Carteiro e o Poeta) terá poucas surpresas a quem assistiu ao bem-sucedido original argentino homônimo do diretor Marcos Carnevale.

Em molde americano, há um tanto mais das questões práticas da idade e dos interesses financeiros em jogo quando um viúvo recente (Plummer) transfere-se por exigência da filha a um apartamento vizinho ao da animada Elsa (MacLaine). Fred é rabugento e quer o isolamento, plano reformulado por insistência da senhora da porta ao lado, mitômana inofensiva e sonhadora. Ela imagina ter sido pintada por Picasso e que um dia poderá reviver a famosa cena de A Doce Vida, de Fellini, em que Anita Ekberg adentra a Fontana di Trevi sob o olhar maravilhado de Marcello Mastroianni. Tanto quanto Roma, parece significativa a escolha discreta de New Orleans como cenário, cidade que renasceu depois de prantear seus mortos.

Fonte: Carta Capital

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