Por Thiago Burckhart, para Desacato.info.
Nesse último domingo uma parte da campanha eleitoral terminou, apesar do 2º turno que ocorrerá no dia 26 de outubro. O primeiro turno presidencial foi marcado pelas discussões entre os candidatos de temas que geralmente eram tratados em segundo plano, como aborto, casamento civil igualitário, legalização das drogas, entre outros. O debate não foi centrado somente no âmbito da economia interna e externa brasileiras, mas abriu-se para uma pauta de reivindicação de novos direitos, de questões sociais polêmicas e que são necessárias para a consolidação da cidadania e democracia no Brasil.
Nesse sentido, uma surpreendente candidatura foi a de Luciana Genro (PSOL), que vocalizou as pautas que foram reivindicações públicas nas jornadas de 2013. Sua candidatura ecoou no debate político de modo a trazer à tona questões cruciais para a democracia no processo eleitoral como o financiamento público das campanhas políticas, combatendo aos interesses das grandes empresas e bancos que financiam os candidatos e posteriormente cobram dos governos (sejam eles municipais, estaduais ou federal) uma contraprestação pelo dinheiro “investido”.
Temas como a reforma política e tributária também foram debatidos pelos presidenciáveis, mesmo que de forma mais tímida, mas ganharam espaço e demonstraram a necessidade de se repensar essas políticas a partir de projetos que tragam efetivos benefícios para o povo brasileiro. Essas vozes se colocaram como um enfrentamento e uma possibilidade de consolidação da democracia, de modo a se colocar a vida acima de qualquer interesse econômico.
Apesar da pouca visibilidade que os meios de comunicação privados oferecem para as alternativas coerentes, pode-se dizer que somente pelo fato dessas questões terem sido debatidas pelos candidatos presidenciáveis, um novo momento na política brasileira se inicia. Contudo, a defesa dos direitos humanos e de um país verdadeiramente melhor não termina nesse primeiro turno, pois a despolitização da sociedade de modo geral deve ser combatida pela consciência política, pela coerência, pela ética e pelo pensamento crítico.
Thiago Burckhart é estudante de direito.