Eleições – Em Florianópolis o atraso passa bem. Por Elaine Tavares.

Foto: Tali Feld Gleiser

Por Elaine Tavares.

Os eleitores brasileiros parece que deram um chega pra lá no bolsonarismo, ainda que muitos tenham se conquistado cargos importantes, o que os permitirá seguir com as práticas odiosas. O tal Carlos teve expressiva votação no Rio, mesmo não trabalhando mais lá na Câmara de Vereadores. Os reaças perdem força , mas não estão mortos. A maioria das pessoas preferiu voltar à velha direita, sendo o DEM (valei-me santa vaca emburrada) um dos grandes vencedores. É de chorar. Importante notar que nesse campo as igrejas pentecostais continuam tendo papel preponderante. Elas nunca jogam com o centro ou a centro-esquerda. No campo da esquerda (?) o PSOL avançou bastante, o que já era esperado visto que o PT está bastante avariado desde o golpe de 2016.
Tem várias disputas de segundo turno que podem surpreender, ou não, a considerar a guinada que o eleitorado deu para os partidos tradicionais. Continua sendo tudo uma grande tragédia ainda que haja alegria pela eleição de vereadores e vereadoras que defendem bandeiras bem demarcadas como as pautas LGBT, a questão racial e outras temáticas particulares, que são importantes para a sociedade. Temas que são palatáveis à população conservadora por não se mostrarem como propostas de mudanças estruturais. Quem foi votar nesse domingo não estava com nenhuma intenção de mudar o rumo do país. Exceção em São Paulo onde um cara considerado “invasor” conseguiu chegar ao segundo turno.

Em Florianópolis nenhuma surpresa, o candidato das empreiteiras e da especulação imobiliária ganhou de lavada, mesmo depois de mais um escândalo, desta vez moral, visto que um vídeo dele transando dentro da prefeitura com a uma trabalhadora circulou nas últimas semanas. Não fez nem cócegas. O conservadorismo da capital catarinense é só na política mesmo. No que diz respeito a escândalos sexuais, tudo bem. Que fique claro: só se envolver um homem da direita agindo como macho. Fosse o Gean uma mulher ou um prefeito de esquerda, as coisas poderiam ser bem diferentes.
Na Câmara se expressou a mesma tragédia. Figuras nefastas como João da Bega, Katumi, Gabrielzinho, Maiko, Gui Pereira e outros tantos da velha legislatura garantiram seu lugar. Partidos como Novo, Podemos, Republicanos e PL colocaram representantes e devem acompanhar o poder visto que são meros partidos de aluguel. A novidade é a presença de mulheres, o que não quer dizer muita coisa visto que das cinco eleitas, duas são de partidos da direita, o que significa que nada se pode esperar. A esquerda seguiu com as mesmas quatro vagas, três do PSOL e uma do PT. Dois que já eram vereadores e duas em primeira legislatura, sendo que uma delas é um mandato coletivo. Marquito, do PSOL, que tem como carro chefe a luta pela agroecologia foi o mais votado no geral.
Diante do atraso e da configuração bastante pró Gean, aos quatro restará espernear e, se puderem, trabalhar para formar a consciência crítica da população, ação que deveria ser prioritária. Vamos ver!
Em Florianópolis, o atraso passa bem. Em nível nacional vai se armando a armadilha para candidatura presidencial da velha direita outra vez.
Elaine Tavares é jornalista.
A opinião do/a autor/a não necessariamente representa a opinião de Desacato.info.

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