Por Guido González, da Plataforma de Jornalistas e Comunicadores da Venezuela, para Desacato.info
No próximo domingo, 6 de dezembro, a República Bolivariana da Venezuela viverá um dos seus momentos mais difíceis, depois da desaparição física do eterno comandante Hugo Rafael Chávez Frías.
No furor da campanha, que se inicia em 13 de novembro e conclui em 3 de dezembro, esperam-se ardidos momentos devido à atitude golpista, assumida pela oposição venezuelana. O processo eleitora venezuelano está concebido para eleger mediante votação universal, direta, personalizada e secreta com representação proporcional, a 167 deputados e deputadas, que representarão todos os Estados da Venezuela e os povos indígenas.
Este evento, dada a atitude assumida pela oposição na Venezuela desde o ano 1999, leva a pensar que vai resultar um ato crucial, pela natureza política do mesmo, pelas consequências que terá para os movimentos revolucionários de toda América Latina e pelo contexto internacional, onde estão em jogo muitos interesses nacionais e mundiais.
Campanha de desqualificação do árbitro
O árbitro, ou seja, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), é atacado, desqualificado, agredido, infamado, mediante uma campanha de descrédito, ao ser acusado de parcializado e fraudulento. Com qual fim? Para criar as condições de cantar fraude.
Isso ainda, quando resultam eleitos deputados da oposição por ampla e até escassa margem e se lhe é reconhecido o triunfo. Inclusive, dão fé da limpeza do seu trabalho quando chamam este organismo a organizar as próprias contendas internas dos partidos de oposição.
Porém, não cessam na sua campanha de descrédito acerca do sistema eleitoral da Venezuela, qualificado como o mais pulcro em nível internacional, inclusive por organismos como o Centro Carter, que Jennifer McCoy afirma:
“O sistema venezuelano é o sistema de votação mais automatizado do mundo. Tem algumas vantagens; por exemplo, as máquinas de votação venezuelanas produzem um comprovante que permite verificar o voto e a contagem automatizada, e que participam todos os partidos durante as auditorias pré e pós-eleitorais. Os Estados Unidos não têm essas provisões. Ao tempo, existem déficits importantes do processo eleitoral venezuelano, os quais incluem o que se conhece no país como “vantagismo” (que em inglês chamamos “unlevel playing Field”): Ausência de financiamento público para facilitar a igualdade de condições de campanha; uso de recursos do Estado, incluindo o uso de empregados civis e oficiais para fins de campanha e iniquidade no acesso aos meios de comunicação.”
Os partidos oposicionistas na Venezuela, através da chamada Mesa da Unidade Democrática (MUD), assistem a todas as auditorias do sistema em todos seus passos, o que certificam e depois disso, declaram aos meios, que o sistema não é confiável, como sempre fizeram. Em nível de mesas eleitorais se verifica in sito mais de 50% das papeletas de votação nas urnas eleitorais: tem testemunhas nas mesas; constatam e mediante assinaturas aceitam a limpeza do processo, mas, o atacam com o propósito de provocar a desconfiança e sabotar o sistema eleitoral. Todo um plano bem concebido com a intenção de tomar o poder por qualquer meio.
Têm votos?
Diariamente se apresentam “pesquisas” que os apresentam ganhadores da contenda. Realmente, duvidamos, pois como explicar a natureza furibunda dos ataques? Porque essa campanha de descrédito ao árbitro, se ainda não se efetuaram as eleições e apenas começa a campanha?
Seus “números” se situam em alguns casos em mais de 30% dos votos e o apregoam através dos seus meios de comunicação, que são a maioria. Mas, algo faz pensar que essa atitude persegue outros propósitos. Se vão ganhar as eleições porque se comportam desse modo? Não fazem campanha, não apresentam programas de governo, só dizem que tudo vai mudar quando chegarem ao poder, mas, não dão a conhecer seus plano, nem programas de governo.
É sua estratégia para acabar com o chavismo de raiz?
A estratégia eleitoral da oposição está montada sobre ações de caráter violento. Se associa a atos fora da Ley. Destroem edificações, queimam ônibus e estabelecimentos escolares, provocam incêndios da vegetação, sabotam o serviço elétrico de cidades e povos inteiros, escondem, especulam ou açambarcam alimentos, falseiam os preços, colocam bombas, assassinam escoltas e policiais, promovem uma guerra econômica sem quartel contra a moeda venezuelana, adjudicando-lhes valores falsos. Encima declaram cinicamente, que quando tomem o poder reaparecerão os alimentos e tudo voltará a ser o “paraíso”, que segundo eles, era a Venezuela quando eles governavam. Que desfaçatez!
Versão em português: Raul Fitipaldi, para Desacato.info