O Egito disse que se juntará formalmente ao processo movido pela África do Sul contra Israel na Corte Internacional de Justiça, que acusa Israel de violar suas obrigações sob a Convenção de Genocídio na Faixa de Gaza.
Em uma declaração do Ministério das Relações Exteriores, o Egito disse que a medida foi tomada devido à escalada da agressão israelense contra civis palestinos.
“A medida é tomada à luz do agravamento da agressão e do escopo dos ataques israelenses contra civis palestinos na Faixa de Gaza, e da perpetração contínua de práticas sistemáticas contra o povo palestino, incluindo o ataque direto a civis e a destruição da infraestrutura na Faixa, e o deslocamento forçado dos palestinos”, disse o ministério.
O Egito disse que está pedindo que Israel cumpra suas obrigações como potência ocupante e implemente as medidas provisórias emitidas pela CIJ, que exigem a garantia de acesso à ajuda humanitária e de socorro de forma a atender às necessidades dos palestinos na Faixa de Gaza.
Também exige que as forças israelenses não cometam nenhuma violação contra o povo palestino.
Na declaração, o Egito renovou seu apelo ao Conselho de Segurança da ONU e às partes internacionais para que tomem medidas imediatas para alcançar um cessar-fogo na Faixa de Gaza e interromper as operações militares em Rafah, além de fornecer a proteção necessária aos civis palestinos.
Egito dá “um incrível golpe diplomático em Israel”: diz Analista
Alon Liel, ex-chefe do Ministério das Relações Exteriores de Israel, disse à Al Jazeera que o fato de o Egito ter se juntado ao processo de genocídio da África do Sul contra Israel na CIJ é um “golpe diplomático incrível em Israel”.
“O Egito é a pedra angular da nossa posição no Oriente Médio”, disse ele. As conexões de Israel no Oriente Médio hoje, inclusive com a Jordânia, os Emirados Árabes Unidos e o Marrocos, são o resultado do que o Egito fez há 40 anos.
Com o Egito se juntando à África do Sul agora em Haia, é um verdadeiro golpe diplomático. Israel teria que levar isso muito a sério.
É sobre isso que tenho alertado; está vindo de várias direções. Israel tem que… ouvir o mundo, não apenas a opinião pública israelense, que agora está pedindo vingança.
Temos que ter uma visão global da segurança de longo prazo de Israel, e não apenas das próximas semanas em Gaza”, disse Liel.
Tradução: TFG, para desacato.info.