Partidários e adversários do presidente egípcio, Mohamed Morsi, se enfrentaram ontem na cidade de Alexandria, no norte, enquanto milhares de pessoas fluem para duas concentrações rivais no centro e no norte desta capital.
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Em Alexandria, onde ocorrem distúrbios, os escritórios da Irmandade Muçulmana (IM, islamistas) foram fechados para prevenir ataques como os ocorridos há alguns meses, no momento mais álgido dos protestos antigovernamentais no final do ano passado e início do atual.
Os combates nessa cidade próxima ao mar Mediterrâneo acontecem nos acessos à sede central da IM, disseram testemunhas, segundo as quais os oponentes se enfrentam com paus e pedras.
Além disso, as fontes afirmam que grandes grupos de pessoas marcham pelas ruas dos distritos de Wardiyan, Al Qabary e Al Maawa, demandando a renúncia do presidente.
Na famosa praça Tahrir, no centro desta capital, ressoa mais uma vez o grito de erjal, um vocábulo árabe que significa vá embora, o mesmo que gritavam milhares de vozes durante os 18 dias de protestos que obrigaram o ex-presidente Hosni Mubaraka a renunciar, há dois anos e quatro meses.
No distrito de Madinat Nasser (Cidade Nasser, em árabe) milhares de membros da IM e partidos afins, vindos de vários pontos do país, manifestam seu apoio ao presidente, que deixou claro que permanecerá em seu cargo.
O único ponto positivo neste momento aqui é que ambas as manifestações estão separadas por cerca de 10 quilômetros uma da outra, o que reduz a possibilidade de enfrentamentos violentos semelhantes aos de meses atrás.
Ambas as concentrações ocorrem a 48 horas da convocação, por grupos e partidos opositores de diversas correntes, de protestos públicos em demanda da renúncia de Morsi.
A exigência está aprovada por uma campanha de recolhimento de assinaturas, cujos patrocinadores afirmam ter conseguido 15 de milhões de assinaturas.
Tal cifra representa quase dois milhões a mais que os votos obtidos por Morsi nas eleições presidenciais de maio-junho, das quais emergiu vencedor por estreita vantagem sobre Ahmed Shafiq, o auto exilado ex-premiê do governo de Mubarak, que foi seu adversário no segundo turno das eleições.
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Fonte: Prensa Latina