Por Plínio Teodoro.
Faltando pouco mais de um ano para as eleições presidenciais e com a popularidade do pai, Jair, derretendo, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) está estreitando as relações com Steve Bannon e o círculo de ex-assessores de ultradireita que definiram as estratégias da eleição e da tentativa de reeleição de Donald Trump nos Estados Unidos.
Nos últimos dois meses, Eduardo se encontrou com Bannon em evento conservador nos Estados Unidos e trouxe para o Brasil o ex-assessor de Comunicação, Jason Miller, e o filho de Trump, Donald Trump Jr.
Miller chegou a ser detido por agentes da Polícia Federal a mando de Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, quando embarcava para voltar aos EUA.
Dono da plataforma Gettr, criada para levar Donald Trump de volta às redes sociais depois de seu banimento do espaço cibernético, Miller foi interrogado no inquérito das fake news, desdenhou dos agentes e ironizou Moraes nas redes sociais.
— Jason Miller (@JasonMillerinDC) September 25, 2021
Além dele, participaram do evento promovido por Eduardo Bolsonaro Charlie Gerow, estrategista de comunicação do Partido Republicano (hoje controlado por Trump); Mark E. Green, deputado republicano; e o casal Matt Schlapp, lobista e presidente da União Conservadora Americana, e Mercedes Schlapp, que foi diretora de comunicações estratégicas de Trump.
Em entrevista ao jornal O Globo, o cientista político Carlos Gustavo Poggio, da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), diz que Bolsonaro segue a “cartilha Trump” e busca uma base “intelectual” na ultradireita dos EUA.
“Bolsonaro é alguém com espírito autoritário, ele já tem isso no instinto natural. O que o Bannon e esses outros articuladores dão a Bolsonaro é uma base intelectual ou ideológica, um pensamento mais estruturado. O Bolsonaro tem os instintos, eles vêm com as ideias”, diz Poggio.
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