Editorial: O discurso da Presidenta Dilma Roussef

25 de setembro de 2013.

A 68ª Sessão da ONU teve uma abertura formal lacônica através do Secretário Geral, Ban Ki-moon. Ban não acrescentou novidades ao surrado discurso de boas intenções e tom moralista que marca a inação desta instituição alicerçada nos ingressos econômicos dos países poderosos, especialmente dos Estados Unidos.

No entanto, o discurso inaugural da Presidenta Dilma Rousseff apimentou a sessão. A invasão da soberania brasileira por parte dos Estados Unidos em contra do Brasil no caso da espionagem tecnológica, tanto a pessoas como a instituições e empresas, a tentativa unilateral do Império de intervir na Síria, e a ausência de avanços no conflito que afeta o povo palestino, colocaram o tom da retórica da mandatária. Também a necessidade de que o império não mais procure intervir nas novas relações multilaterais e multipolares, e também as relações particulares entre os países que integram a região da CELAC.

Independentemente de qualquer posicionamento político e ideológico a respeito da Presidenta, de fato o repúdio brasileiro cria um marco histórico nas relações entre nossa região, a Pátria Grande, e os invasores dos últimos 500 anos e seus asseclas locais. As respostas às agressões sofridas de forma pessoal por diversos presidentes da América Latina (Evo Morales, Nicolás Maduro, por exemplo), questionam por fim, de maneira frontal, a conduta dos Estados Unidos, baseada no poderio bélico, não mais no econômico e estrutural.

O discurso da Presidenta tem alto valor interior e exterior. Coloca o Brasil na posição de liderança frente à necessidade de obter uma independência tecnológica no cyber espaço e aumentar o controle contra as distintas formas de intervenção das grandes potências e suas multinacionais, por espionagem, terrorismo, guerra e empresas de armamento e segurança.

Além do discurso da presidência, a cada sessão da ONU fica claro que, ou se democratiza esta entidade ou se cria outra forma organizacional para o Mundo.

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