#Editorial Anistia Internacional, uma organização com lado e para um lado

Leitoras e leitores do Portal Desacato e audiência do JTT Agora, bom dia.

Na segunda-feira passada, a Anistia Internacional publicou mais um dos seus discutíveis informes sobre as ações dos governos da região durante a pandemia. Ao gosto desta organização internacional, muito acreditada na grande mídia, a Venezuela nunca falta nos informes sobre repressão. Países cujos governos reprimem sem parar raramente aparecem nessas listas da sacralizada organização. O Chile de Sebastián Piñera, por exemplo, o qual já foi presidido pela atual Alta Comissária para os direitos humanos da ONU, Michelle Bachelet.

Segundo um trecho do informe que resgata o sítio de Rádio França Internacional em português “autoridades da Venezuela, Paraguai e El Salvador vêm ‘prendendo’ milhares de pessoas em centros de quarentena de forma inadequada, violando os direitos humanos”. Silêncio total da Anistia Internacional frente as agressões que cometem semanalmente os grupos macristas na Argentina contra as pessoas que defendem a quarentena. Pareceria que a organização quer enxergar a politização que em todo o mundo tomou conta da pandemia, desde as brigas intestinas até a guerra das vacinas.

À violência dirigida aos profissionais da saúde por grupos religiosos e apoiadores de governos como o de Bolsonaro no Brasil, nada. Só uma menção crítica sobre as soluções miraculosas que no Brasil e nos Estados Unidos, os parceiros, Bolsonaro e Trump ofereceram à sociedade. A violência da desigualdade social que leva a que os ricos e setores da classe média, em toda América Latina, tenham vantagem de superar a pandemia frente aos empobrecidos, desempregados e discriminados do sistema, que são a imensa maioria, não merece uma linha crítica da Anistia.

No informe não falta uma canelada em direção à China. Pudendo citar alguns casos gritantes como as posições negacionistas no início da pandemia do primeiro ministro Boris Johnson, a Anistia, segundo Rádio França Internacional, se mencionou como exemplo o caso do oftalmologista chinês Li Wenliang, que lançou o alerta em dezembro de 2019 e foi convocado pela polícia e punido por “espalhar rumores”. Li Wenliang morreu em fevereiro, contaminado pela doença. Como se a suposta punição tivesse originado a morte de Weinliang.

Anistia reclamou em julho que algumas ONGs não obtiveram permissão para ajudar as comunidades com água, alimentos e tratamento médico. Claro, sempre tendo a Venezuela no foco de sua denúncia. É interessante comparar dois tratamentos diversos em manchetes da própria Rádio França em relação com denúncias semelhantes da Anistia Internacional. Sobre as atitudes contra os direitos humanos de Bolsonaro, a Anistia faz campanha segundo a manchete do sítio da rádio pública francesa: “Em campanha, Anistia Internacional denuncia desrespeito de Bolsonaro aos direitos humanos.” Já quando o assunto se refere à Venezuela, Anistia, segundo o título do sítio, é muito mais enfática: “Anistia Internacional denuncia crimes contra a humanidade na Venezuela.

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