#Editorial A população de Florianópolis deve se apropriar do programa da Frente

Leitores e leitoras do Portal Desacato e audiência do JTT Agora, bom dia.
 
Cumprindo com os prazos estipulados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a Frente Democrática por Floripa registrou seu programa de governo para a prefeitura de Florianópolis. Esse programa inicial será aperfeiçoado pela participação dos movimentos sociais e setoriais, conforme foi anunciado no Portal Desacato, por Elson Pereira e Lino Peres, durante o Encontro ao vivo com lideranças dos movimentos e coletivos que assinaram mais de 10 manifestos e cartas pela unidade da Frente e que aconteceu no último sábado.
O documento com as principais diretrizes que as legendas construíram em consenso, ao longo de dois anos de reuniões, visa uma “Florianópolis verdadeiramente democrática, socialmente justa, estruturalmente solidária, ambientalmente responsável e com desenvolvimento econômico e social pleno.” A proposta procura a superação das crises econômica e sanitária, e das dívidas sociais históricas nas áreas de habitação, saneamento, planejamento urbano e assistência social.
 
Com os eixos programáticos na mão é hora de recuperar a relação com as bases partidárias e os movimentos sociais. Esse é caminho a ser percorrido aproveitando a conjuntura eleitoral, mesmo recortada pela dificuldade de realizar atividades de rua e o clássico corpo a corpo. Há que fomentar um programa atraente e consistente para que maioria do eleitorado sinta que é seu e dele se aproprie. Não se trata de apagar ou distorcer o que foi registrado no TSE, trata-se de enriquecê-lo com a participação popular, aperfeiçoá-lo de cara à necessidade urgente dos moradores da capital.
As sensações posteriores ao dia 16 de setembro, quando se confirmou a unidade da Frente, são as melhores possíveis, e bastante realistas, na possibilidade de obter a passagem para um segundo turno. Se observa que, ainda com uma direita fragmentada em 6 candidaturas, o peso eleitoral do atual prefeito, Gean Loureiro e da ex-prefeita Angela Amin é indiscutível, e acaba representando, de um modo ou outro, a linha de transmissão do interesses do governo de Bolsonaro. As direções nacionais dos partidos aliados ao presidente tentarão dar um castigo exemplar a Florianópolis por ter ousado formar a maior frente de esquerda do país. A direita não aceitará pacificamente que a Frente chegue a um segundo turno que colocaria em perigo sua hegemonia histórica na cidade.
 
Por tanto, a participação e o empoderamento das bases sociais através de uma ampla discussão da oferta programática, não só para melhorá-la, mas, para que ela capilarize na cidade, é fundamental. A população precisa entender que o programa da Frente é seu, que lhe pertence e precisa defendê-lo com unhas e dentes.
Florianópolis poderá viver momentos históricos e vitoriosos nos próximos 60 dias. Para que isso aconteça há de se lutar com base na política, recuperando o valor da palavra e da ideia, acreditando que isso será possível se todas e todos querem mudar o rumo da cidade e seguir sendo um exemplo para todo o Brasil.
 
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