#Editorial A Frente de esquerdas deve chegar unida às urnas

Leitores e leitoras do Portal Desacato e audiência do JTT Agora, bom dia.

No presente mês o Portal Desacato completa 13 anos. Nessa trajetória de comunicação diária nunca ocultamos nosso perfil democrático e de esquerda. Durante todos esses anos vimos à esquerda de Santa Catarina, e em especial à de Florianópolis, fragmentar-se em mil pedaços.

Os resultados eleitorais, até os melhores que se puderam obter depois do único governo popular da cidade na década de 90, foram parcos. Programas razoáveis não foram explicitados de forma competente e o campo popular foi amargando derrotas. A claudicação e a renúncia às posturas combativas foram desfigurando as relações construídas na esteira de algumas ações importantes de cunho comunitário.

A extraordinária vitória que levou Lula à presidência, contrariamente ao esperado, esvaziou o debate municipal, esqueceu a formação política e deixou de lado a relação com os lugares da luta cotidiana. A burocratização e o distanciamento com a realidade tomaram conta dos partidos aliados ao governo nacional, também a fragmentação e as rupturas. Se esse esquecimento da lide municipal era compreensível nos primeiros anos de governo nacional, com o passar do tempo deixou de ser justificável. Por isso hoje há uma ansiedade muito grande de que a Frente de Esquerdas se materialize em Florianópolis, supere seus erros e se lance unida para a disputa municipal.

É difícil explicar para os injustiçados da cidade que algum partido ou candidato acumule mais razão do que eles. Eles exigem a maior força possível para derrotar os inimigos de classe. Essa população precisa uma mudança significativa para superar a injustiça diária e quer a união de todas e todos os candidatos, autoproclamados do campo popular. São quase três décadas sem respostas.

Não se trata de afirmar que a voz do povo é a voz de Deus, menos ainda de um surto editorial de basismo. Trata-se, sim, de entender que ninguém deve arrebatar da população o direito a sonhar com a unidade das forças progressistas.

Não pensamos que uma frente, por enquanto apenas eleitoral, vai resolver todos, ou sequer a maioria dos problemas, mas entendemos que é necessário um governo que encurte a distância com a população. Uma administração popular que se comprometa a decidir com uma ampla participação da sociedade. Uma frente que possa interpretar o clamor de todas e todos, subordinada às urgências mais prementes, capaz de escutar e atuar em consequência com seus postulados ideológicos, políticos e sociais.

Os critérios para resolver os dilemas pontuais da Frente devem surgir dela, dos mais de dois anos de discussões até aqui. E é preciso resolver já. A Frente deve chegar à urna unida, agregando mais setores e pessoas na caminhada. As disputas internas, embora legítimas, não podem amarrar as urgências do povo. Se espera uma atitude fraterna, firme, coesa e legítima para ganhar a mudança que a maioria merece.

#Editorial #Desacato13Anos #RededeJornalismoSolidário

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