Editorial

Florianópolis, 31 de maio de 2015.

O pretor da burguesia, Dep. Fed. Eduardo Cunha, alavancado pela mídia monopólica e o Congresso ultraconservador do Brasil, anunciou que submeterá ainda em junho, para votação na Câmara, o engendro que prevê a diminuição da maioridade penal no país. A proposta de Emenda à Constituição 171/93 que tramita nesse espaço legislativo sugere ainda, dentro de miseráveis “arrazoados”, por proposta do deputado do Partido Social Cristão sergipano, André Moura, reunidos à PEC 57/11, reduções ainda maiores, para 14 e 12 anos de idade ou de acordo com decisão do juiz.

Este portal repudia emenda e propostas, e mais, avalia esta afronta à evolução humana e civilizatória como mais um empreendimento ditatorial do atual Presidente da Câmara e a maioria empresarial, moralista e repressora que, lastimavelmente, a mídia monopólica e os interesses privados conseguiram instalar na esteira desta medíocre democracia, apenas representativa.

Os meios de comunicação que no Brasil atual costumam atuar como se fossem os três poderes da nação, sugerindo leis, sanções e execuções, ocultam com sua dupla moral os interesses mais tenebrosos que, em geral, a sociedade, de fato ameaçada pela insegurança e a violência, próprias do apogeu neoliberal capitalista, os negócios econômicos e financeiros, desconhece.

Grandes investidores transnacionais buscam, com o aval da oligarquia, mais investimentos em construção de prisões de “segurança máxima”, armamento e mais mão de obra de reserva neoescravizada, e a oligarquia serviçal, mais controle social. O monstrengo que Cunha colocará em votação ajuda nessa direção e consolida um Estado punitivo incapaz de socioeducar, multiplicador da delinquência cuja reincidência chega a 70%.

O Brasil precisa derrubar nas ruas esta monstruosidade que nos coloca nos primórdios da Revolução Industrial e cumprir com a Convenção sobre os Direitos da Criança da ONU. Os filhos e filhas dos pobres precisam ser libertados desta ameaça.

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