Florianópolis, 15 de julho de 2014.
Enveredar sobre as origens e os destinos de um editorial é supérfluo, porque em todo caso, um coletivo, ou o indivíduo que faz um editorial em representação desse coletivo, quando oficializam a opinião da linha que representam, escolhem sua postura frente a um fato, a aí estão contidos origem e destino. Há escolas que sugerem tomar uma distância recomendável do objeto de opinião. Outras menos severas se permitem até o panfleto e a propaganda ameaçando a condição reflexiva da peça editorial. Outras mandam às favas as escolas e dizem o que sentem, tomando posição além do panfleto e a vociferam como verdade única. Este presente editorial responde a qual escola?
Vejamos. Ontem nossa cooperativa, proprietária deste Portal, iniciou seus primeiros cursos de formação política. Passo fundamental para sustentar um Conselho Editorial que a apresente em público de forma cada vez mais digna, comprometida e com o conhecimento básico garantido. Falou-se do Haiti, do Cooperativismo, do Trabalho. Durará um ano e seguirá com outro, e outro curso. Alimentará a busca de uma linha editorial cada vez mais firme, profunda, ativa e sustentada na compreensão de mundo que busque a transformação.
Mas, o tema era a escola que segue o presente editorial, dentre muitas, que exprima a posição sobre um tema central. Essa escola da justiça ou, do que esta coletividade de narradores acha justiça. Então, toma distância e se informa para opinar, olha em perspectiva o objeto de opinião. Permite-se panfletar sobre a necessidade de justiça para um povo perseguido. Faz a propaganda da paz. Manda à merda as anatomias delicadas, respeitáveis, o desenvolvimento discursivo elegante e assume posição vociferando sua verdade única, violenta e poética.
A demonstração mais imunda do atraso civilizacional da humanidade é o genocídio do Povo Palestino, e todo governo que invoque negócios de Estado para seguir comerciando com o genocida é um governo inumano e covarde.