Florianópolis, 24 de junho de 2014.
Já afirmamos a necessidade de laborar a ferramenta para uma democracia direta que supere nos próximos tempos o sistema que nos obrigará a votar nele, novamente, em outubro deste ano. Essa ferramenta se fabrica de baixo para acima e para os lados. A transversalidade da construção social requer um campo amplo que integre todos os desfavorecidos da sociedade, os estudantes da esfera pública e privada, os empregados públicos, os terceirizados, os desempregados e todos os setores sociais, rurais e urbanos, raciais, étnicos e de gênero.
Há que amalgamar uma frente ampla social e política que construa perspectivas no médio prazo e ofereça opções dentro e fora dos partidos políticos autodenominados de esquerda, para superar a perspectiva eleitoral do sistema. Esses partidos expressam quase nada no esquenta prévio à campanha de 2014. E não tem muito a dizer, levando em consideração o grau de assimilação às regras. Precisamos escutar os que ficaram de fora da política formal.
É necessário criar espaços aglutinadores e formuladores de política que diagnostiquem com certezas as necessidades da população excluída. Que programem ações de formação política, de organização social e de mobilização para a recuperação do que foi privatizado, terceirizado, vendido e presenteado aos ricos, às oligarquias, às multi e transnacionais, e que provoquem um estado de assembleia popular permanente no país. Isso tudo com ações de toma de posição e ocupação de terras e estabelecimentos públicos e privados improdutivos e mal gerenciados, em benefício da transformação produtiva em favor dos excluídos.
Está na hora de criar uma Frente Única Social e Política que planeje outro futuro possível que reintegre aos brasileiros tudo o que lhes foi roubado em mais de um século de governança associada ao capital, superando as doenças dos partidos de esquerda e a burocratização da luta sindical. A porta desse desafio se abrirá porque a história o demanda.