Editorial

Numa sextinha o “Martín Fierro” recita: “Os irmãos sejam unidos/porque essa é a lei primeira/Tenham união verdadeira/em qualquer tempo que seja/porque se entre eles pelejam/os devoram os de fora.” A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão – Abert, fiel ao recitado, publicou um manifesto em repúdio às humilhações que teria sofrido de populares, o impopular Héctor Magnetto, CEO do Grupo Clarín, gêmeo da Rede Globo. O texto apareceu no Zero Hora, do monopólio RBS (http://tinyurl.com/l5blt2f). A Abert representa os interesses de mais de 3 mil emissoras privadas de rádio e TV do Brasil.

Vinculado às ditaduras cívico-militares, o CEO foi peça decisiva da articulação entre elas e os monopólios midiáticos. Delas serviu-se para consolidar o maior monopólio comunicacional da Argentina. Magnetto é adversário mortal de quem defenda a Lei de Meios na Nossa América. Leia sobre sua vítima mais conhecida, Lidia Papaleo de Graiver (http://tinyurl.com/m46voyg).

No seu texto a Abert “… manifesta sua extrema preocupação e repúdio diante das agressões e insultos cometidos por militantes de grupos políticos contra o empresário Héctor Magnetto, (…). Magnetto, que preside o Grupo Clarín, participava de uma audiência de conciliação como parte de um processo civil movido contra o comentarista esportivo Víctor Hugo Morales”.

Os manifestantes apoiavam o jornalista uruguaio Morales, defensor do fim dos monopólios, entrevistado em 2012 por Desacato. Houve insultos e cuspidas encima dos seguranças do CEO. Nada tão grave como beneficiar-se da tortura, a desaparição e a morte de pessoas.

Para Magnetto, Abert, Clarín, Globo, os de fora somos nós, o Povo. Eles são a doce família da Liberdade dos Oligopólios da Descomunicação.

Florianópolis, 14 de agosto de 2013.

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