Você conhece o Glifosato?
Glifosato é um pesticida criado pela Monsanto – mais conhecido como Roundup, próximo ao antigo DDT. Nascido nos anos 70, seu uso foi intensificado e fortificado graças à introdução das sementes geneticamente modificadas nos anos 90 – resistentes ao uso do Roundup.
Seu uso foi incentivado como agente dessecante, de modo que, o RoundUp é usado rotineira e diretamente em grande quantidade também em cultivos de organismos não modificados geneticamente.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o glifosato é agora declarado um “agente cancerígeno provável” o que significa que pode causar câncer. A indústria ainda afirma que é totalmente seguro para os seres humanos, no entanto, só um olhar para os dados, pode comprovar que isso não é verdade.
Nos quase 20 anos de intensa exposição, os cientistas documentaram as consequências para a saúde do Roundup e do glifosato na nossa comida, na água que bebemos, no ar que respiramos e nos lugares em que nossas crianças brincam. E infelizmente, esse resíduo é resistente tanto no corpo humano, quanto no meio ambiente.
Estudos ligam a exposição do glifosato – ou do roundup, com as seguintes doenças:
- Doença celíaca: Glifosato esgota aminoácidos;
Estudo demonstra que peixes carnívoros expostos ao glifosato desenvolveram problemas digestivos semelhantes à doença celíaca. A doença celíaca está associada a desequilíbrios em bactérias do intestino que podem ser totalmente explicados pelos efeitos conhecidos do glifosato em bactérias intestinais. A evidência do efeito do glifosato em peixes sugere que o herbicida pode interferir na quebra de proteínas complexas no estômago humano, deixando fragmentos maiores de trigo no intestino, desencadeando então uma resposta autoimune. Características da doença celíaca incluem a diminuição de muitas enzimas citocromo P450, que atuam na desintoxicação de toxinas ambientais, na ativação da vitamina D3, na catabolização da vitamina A e na manutenção da produção dos ácidos biliares e de fontes de sulfato para o intestino. Para os pesquisadores, o glifosato é conhecido por inibir as enzimas citocromo P450. Também as deficiências em ferro, cobalto, molibdênio, cobre e outros metais raros associadas à doença celíaca podem ser atribuídas à forte capacidade do glifosato de eliminar esses elementos do organismo. Da mesma forma, deficiências em triptofano, tirosina, metionina e selenometionina associadas à doença celíaca, correspondem à conhecida capacidade do glifosato de esgotar esses aminoácidos.
- TDHA: Afeta funções da Tireóide;
Nas comunidades agrícolas, existe uma forte relação entre a exposição ao Roundup e o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, provavelmente devido à capacidade do glifosato de afetar as funções hormonais da tireoide.
- Alzheimer: Causa morte das células cerebrais;
No laboratório, o Roundup causa o mesmo estresse oxidativo e morte de células neurais observados no Alzheimer. Isso afeta a CaMKII, uma proteína cuja desregulação também foi associada à doença.
- Autismo: Glifosato facilita a acumulação de alumínio no cérebro;
O glifosato tem um número de efeitos biológicos alinhados a conhecidas patologias associadas ao autismo. Um desses paralelismos é a disbiose observada em crianças autistas e a toxicidade do glifosato para bactérias benéficas que combatem bactérias patológicas, assim como a alta resistência de bactérias patógenas ao glifosato. Além disso, a capacidade do glifosato de facilitar a acumulação de alumínio no cérebro poderia fazer deste a principal causa de autismo nos EUA.
- Câncer: Glifosato induz danos ao DNA;
Pesquisas de porta em porta com 65 mil pessoas em comunidades agrárias da Argentina nas quais o Roundup foi utilizado – conhecidas como cidades fumigadas – mostraram médias de câncer entre duas e quatro vezes maiores do que a média nacional, com altos índices de câncer de mama, próstata e pulmão. Em uma comparação entre dois povos, naquele em que o Roundup fora aplicado, 31% dos moradores tinham algum familiar com câncer, ao passo que só 3% o tinham em um povoado sem Roundup. As médias mais elevadas de câncer entre as pessoas expostas ao Roundup provavelmente surgem da reconhecida capacidade do glifosato de induzir danos ao DNA, algo que foi demonstrado em inúmeras pesquisas de laboratório.
- Depressão: Altera os processos químicos da serotonina;
O glifosato altera os processos químicos que influem na produção da serotonina, um importante neurotransmissor que regula o ânimo, o apetite e o sono. O desajuste da serotonina é vinculado à depressão.
- Doença de Parkinson: Provoca morte celular;
Os efeitos danosos dos herbicidas sobre o cérebro foram reconhecidos como o principal fator ambiental associado a desordens neurodegenerativas, incluindo a doença de Parkinson. O início de Parkinson após a exposição ao glifosato foi bem documentado, e estudos em laboratório mostram que o glifosato provoca morte celular característica da doença.
- Problemas reprodutivos: Diminuição da produção de esperma e atraso na puberdade;
Estudos de laboratório em animais concluíram que os ratos machos expostos a altos níveis de glifosato, tanto no desenvolvimento pré-natal ou da puberdade, padecem de problemas reprodutivos, incluindo o atraso na puberdade, a baixa produção de esperma e a baixa produção de testosterona.
(via: Organic Consumers Fund)
Se você está comendo alimentos processados, você está provavelmente comendo glifosato. Resíduos de glifosato são comumente encontrados nos alimentos mais comuns, incluindo:
- Milho;
- Soja;
- Beterraba (açúcar);
- Canola.
Mas e agora? Como eu deixo de consumir alimentos com a presença de Glifosato?
Um galão de 5L de veneno. É o que os brasileiros consomem de agrotóxico anualmente, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA).
Se mais da metade das substâncias usadas no Brasil são proibidas na UE e nos EUA e o uso dos agrotóxicos atinge 70% dos alimentos, a atenção aos rótulos e nas certificações precisa ser redobrada.
A ECOCERT, organismo de inspeção e certificação orgânica fundada em 1991 – bem na explosão dos transgênicos, busca a consciência de um modelo agrícola baseado no respeito ao meio ambiente e na qualidade dos produtos. São eles que certificam aproximadamente 60% dos orgânicos produzidos no Brasil, garantindo qualidade, livre de adubos químicos e agrotóxicos.
Segundo um levantamento da Anvisa, o pimentão é a hortaliça mais contaminada por agrotóxicos (segundo a Agência, 92% pimentões estudados estavam contaminados), seguido do morango (63%), pepino (57%), alface (54%), cenoura (49%), abacaxi (32%), beterraba (32%) e mamão (30%). Há diversos estudos que apontam que alguma substâncias estão presentes, inclusive, no leite materno.
Já segundo a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), essa é a lista da agricultura que mais consome agrotóxicos:
- Soja (40%)
- Milho (15%)
- Cana-de-açúcar e algodão (10% cada)
- Cítricos (7%)
- Café, trigo e arroz (3 cada%)
- Feijão (2%)
- Batata (1%)
- Tomate (1%)
- Maçã (0,5%)
- Banana (0,2%)
Para se proteger dos agrotóxicos e pesticidas, os alimentos orgânicos são a solução. Na balança de equivalência, o valor que você gasta com orgânicos, é o valor que você economiza em remédios e tratamentos. E isso cabe também aos transgênicos. Consumir alimentos certificados NÃO transgênicos, é a certeza de uma qualidade de vida superior.
Fonte: Notícias Naturais.